Amazul propõe comum acordo, mas segue com ameaças
Em reunião negocial na tarde de ontem, dia 5, a direção da Amazul informou que concederia o comum acordo a fim de evitar nova mobilização grevista. A atitude poderia ser extremamente positiva, pois encaminharia o DissÃdio Coletivo sem a necessidade de paralisação das atividades. Entretanto, a empresa não garantiu a continuidade dos benefÃcios até o julgamento do processo.
Sem essa garantia, a Amazul fica em posição confortável. Abre margem para o dissÃdio com comum acordo, evitando assim a greve, mas segue ameaçando os trabalhadores com o corte dos benefÃcios em março.Â
Ao contrário do que a empresa pensa, o comum acordo não evita greve. O que realmente acabaria com a necessidade de movimento grevista seria a manutenção dos benefÃcios até o julgamento do dissÃdio. Tal atitude não traria novo impacto financeiro para a empresa, pois os salários e benefÃcios seguiriam sem reajuste nesse perÃodo. Isso mostra que a estratégia da Amazul é ameaçar e prejudicar os trabalhadores, instaurando o caos na empresa.
Nas assembleias de terça e quarta-feira, os funcionários deliberaram por indicativo de greve para a primeira semana de março, especificamente no dia 5, com assembleia na entrada do expediente para discutir e deliberar a mobilização e os encaminhamentos da campanha salarial. Seguindo essa decisão, o sindicato tomará as seguintes atitudes:
- • Ajuizamento de DissÃdio Coletivo com comum acordo da empresa, uma vez que a Amazul ameaça cortar os benefÃcios em março de qualquer forma, havendo dissÃdio ou não. Portanto, não há motivo para adiar o processo.
- • Continuidade das tratativas visando convencer a empresa a manter os benefÃcios e, dessa forma, evitar a greve.
- • Caso a Amazul não aceite as tentativas de diálogo e corte algum benefÃcio, ações jurÃdicas serão tomadas de imediato, buscando a manutenção de todos os benefÃcios.
- • Assembleias em São Paulo e Iperó no dia 5 de março, na portaria das duas unidades, na entrada do expediente. Nelas, os trabalhadores poderão decidir pela conversão do processo em DissÃdio Coletivo de Greve, com inÃcio da paralisação. Os encaminhamentos serão debatidos conjuntamente e todos os presentes poderão manifestar suas opiniões. Portanto, a presença de todos é fundamental.
Neste momento, é fundamental que os trabalhadores sigam mobilizados, pois pode-se dizer que a greve será inevitável caso a empresa realmente corte os benefÃcios. É hora dos trabalhadores avaliarem se pretendem seguir com esse tipo de tratamento nas próximas campanhas salariais. Ceder à s ameaças agora abrirá margem para que a empresa siga a mesma estratégia de ameaças nos próximos anos.
A direção da Amazul alega falta de recursos enquanto realiza concurso para contratar profissionais com salários mais altos que os atuais. Até quando essa falta de respeito continuará? Fica claro que essa luta não envolve apenas reajuste e benefÃcios, mas também a dignidade e o respeito a cada trabalhador e trabalhadora.
Entenda o caso
As condições oferecidas pela empresa garantem apenas 50% do INPC como reajuste salarial. Tal proposta é inviável, pois está muito aquém do Ãndice medido no perÃodo, que corresponde a 4,48%. Além disso, essa correção não contemplaria os benefÃcios econômicos.Â
Apenas a questão do reajuste salarial já torna a contraproposta inaceitável, mas os ataques não param por aÃ. Caso as condições apresentadas sejam aprovadas, os funcionários perderão os seguintes benefÃcios:
- • Complementação salarial por afastamento;
- • Um dia de folga em caso de falecimento dos sogros;
- • Possibilidade de compensação de um dia por mês para os trabalhadores resolverem assuntos de seu interesse;
- • Pagamento de horas extras para os turnistas quando não usufruÃrem dos intervalos para refeição e descanso (substituindo as horas por indenização financeira sem impacto nas férias, 13º e FGTS).
Devido ao fim da ultratividade, decretado pela reforma trabalhista de 2017, a empresa ameaça constantemente cortar todos os benefÃcios atualmente praticados, uma vez que a validade do Acordo Coletivo de Trabalho terminou em 31 de dezembro.
Sobre a Amazul
A Amazônia Azul Tecnologias de Defesa S.A. – Amazul foi constituÃda em 2013 com o objetivo de promover, desenvolver, transferir e manter tecnologias sensÃveis à s atividades do Programa Nuclear da Marinha (PNM), do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub) e do Programa Nuclear Brasileiro (PNB). Seu objetivo primordial é apoiar o desenvolvimento do submarino de propulsão nuclear, além de contribuir com pesquisas em radiofármacos. Hoje, a empresa conta com aproximadamente 1.800 funcionários.
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