Comunicado aos trabalhadores e trabalhadoras da Amazul
Implantação do novo PCRC é aprovada; veja o que muda na sua carreira

O Sindicato dos Trabalhadores em Pesquisa, Ciência e Tecnologia (SINTPq) informa que se reuniu hoje, 10 de dezembro, com a direção da Amazul, que comunicou em primeira mão que o Conselho de Administração da Amazônia Azul Tecnologias de Defesa S.A. aprovou a implantação do novo Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração, o PCRC. A decisão representa um avanço histórico e atende a uma das principais bandeiras de luta do sindicato, reivindicada há pelo menos cinco anos pela categoria.
Ao longo deste período, o SINTPq debateu com os funcionários e fez constar na pauta de reivindicações do ACT pontos importantes sobre o PCRC e a necessidade de constituir comissões entre empresa e empregados para desenhar um novo plano, buscando corrigir distorções, valorizar o corpo técnico da empresa e tornar a carreira mais atrativa, além de definir pisos salariais compatíveis com o mercado.
O SINTPq agradece o esforço da categoria e de todas as pessoas envolvidas na construção do novo PCRC, incluindo aqueles que contribuíram nas articulações junto ao governo federal, com destaque para o apoio do deputado federal Carlos Zarattini (PT), do Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos e da ministra Esther Dweck.
A aprovação também representa uma conquista importante após anos de perdas inflacionárias acumuladas desde o início da Amazul. Em um cenário nacional de transição energética, ganha centralidade a valorização dos trabalhadores da área nuclear e de tecnologia, cujo conhecimento é estratégico para o país.
A diretoria do SINTPq reforça que esse resultado é fruto direto da mobilização da categoria, do trabalho técnico construído coletivamente e da intervenção firme do sindicato em todas as etapas do processo. O novo PCRC responde a uma demanda histórica e abre caminho para um ciclo de valorização profissional e fortalecimento da Amazul.
A partir desta aprovação, o SINTPq seguirá acompanhando todas as próximas etapas de implementação, garantindo que o processo ocorra com transparência e pleno respeito aos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras.
*1. O que motivou a mudança do PCRC*
Segundo a própria Amazul, a revisão tornou-se necessária devido a:
- defasagem salarial significativa em várias carreiras
- perda de profissionais qualificados, com 337 pedidos de demissão em cinco anos, equivalente a 17 % do quadro efetivo
- baixa atratividade nos concursos, especialmente na carreira técnica
- necessidade de alinhar carreiras e percentuais de progressão com práticas de mercado
Esses fatores resultaram na construção de um plano mais equilibrado, discutido com grupos internos e com participação efetiva de empregados.
*2. O que muda com o novo PCRC*
2.1. Reajustes do salário inicial por carreira
- Especialistas: +21,3 %
- Analistas: +13,3 %
- Técnicos: +28,1 %
- Auxiliares operacionais que migrarão: +14,1 por cento
2.2. Percentuais de progressão e promoção
Progressão (por nível):
- Nível I: 4%
- Nível II: 3,5%
- Nível III: 3,3%
- Nível Especial: 2%
Promoção:
- 8% para todos os níveis, de forma isonômica
2.3. Redução dos steps
- O Nível Especial passa de 10 para 6 steps.
- As demais carreiras também tiveram reorganização da quantidade de steps por nível.
- No total, o número de steps gerais do plano passa de 40 para 35.
Embora haja redução e redistribuição dos steps, essa lógica ainda dificulta que trabalhadores cheguem ao topo da carreira, pois, na prática, seria necessário avançar praticamente um nível por ano para atingir o último degrau. O SINTPq acompanhará a aplicação e cobrará mecanismos que evitem travamentos ou barreiras estruturais no desenvolvimento profissional.
*3. Benefícios por carreira*
Especialistas
- Piso alinhado ao salário de engenheiros, químicos e arquitetos
- Maior peso nas progressões iniciais
- Redução dos steps no Nível Especial
Analistas
- Isonomia na promoção
- Reajuste inicial de 13,3%
Técnicos
- Maior correção salarial inicial entre todas as carreiras: +28,1%
- Redução de steps
- Acessibilidade ampliada aos níveis III e Especial
Auxiliares
A carreira passa por orientação de reestruturação da SEST:
- Parte dos auxiliares, especialmente operacionais, migrará para o novo PCRC
- Para os demais, veja abaixo
*4. Situação dos 57 auxiliares que não migrarão para o novo PCRC*
Este é um ponto central e sensível, que precisa ser tratado com total transparência.
Segundo a Amazul, 57 trabalhadores da carreira de Auxiliar não poderão aderir ao novo PCRC, permanecendo no plano de 2014. A justificativa é que a SEST determinou a extinção dessa carreira, impedindo sua migração.
O SINTPq lamenta profundamente essa decisão, pois defende que todos os trabalhadores deveriam ter acesso ao processo de valorização salarial.
A Amazul informou que esses 57 auxiliares receberão recomposição salarial até março de 2026, ajustando seu salário ao padrão remuneratório resultante do novo PCRC, reduzindo desigualdades e evitando perdas na comparação com as carreiras migradas.
Além disso:
- continuarão tendo progressão e promoção dentro do PCRC 2014
- permanecem com todos os direitos assegurados
- o SINTPq seguirá cobrando alternativas futuras de adequação justa junto à Amazul e à SEST
*5. Adesão ao novo PCRC*
- O novo plano entra em vigor em 1º de dezembro de 2025.
- O trabalhador terá até 9 de fevereiro de 2026 para decidir se adere ao novo PCRC ou se permanece no PCRC 2014.
A adesão envolve:
- confirmação formal do termo
- ciência das condições
- concordância com a migração
- renúncia ao PCRC 2014, no caso de adesão
Quem não aderir continuará automaticamente no plano anterior.
*6. Outras informações relevantes*
- A tabela já incorpora o reajuste do ACT 2025, de 4,16%
- Haverá proporcionalização salarial para trabalhadores com jornada inferior a 40 horas
- O Adicional de Operação será retirado, com possível compensação por “complemento salarial”
- O SINTPq cobrará participação dos funcionários na condução e monitoramento do PCRC, sobretudo na CAPRO
*O SINTPq segue vigilante*
O sindicato continuará acompanhando todos os desdobramentos. Também manterá na pauta a defesa dos 57 auxiliares excluídos do novo plano, buscando soluções que garantam justiça salarial e valorização plena.
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