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CPqD abre o ano com novas demissões

12/02/2015

O CPqD iniciou 2015 com novas demissões em seu quadro de trabalhadores. Dessa vez são funcionários de projetos em pleno andamento e financeiramente saudáveis, segundo os próprios trabalhadores. Qual o motivo então das demissões?

No final de 2014, a empresa desligou uma trabalhadora em período de estabilidade pré-aposentadoria, apesar de cláusula específica sobre o tema no Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) firmado com o sindicato. Outro ‘facão’ do ano passado, realizado em plena Campanha Salarial, atingiu funcionários com filhos recém-nascidos.

A empresa descumpre ainda o ACT firmado com o sindicato ao desligar os trabalhadores sem a tentativa de realocação em outros setores.

O CPqD tem se tornado a empresa das contradições. Para o sindicato, defende avanços nas relações humanas e trabalhistas. Para os trabalhadores, demissões e perseguições.

Para o SINTPq, a empresa alega que o motivo dos desligamentos são reestruturações internas. Porém, as demissões, normalmente, atingem os trabalhadores mais antigos, mostrando que na verdade sua intenção é trocar os funcionários mais experientes – e com maiores salários – por trabalhadores que representem um custo menor.  

Nas demissões ocorridas nos últimos dias fomos alertados de que as pessoas desligadas são justamente as que realizavam deslocamentos constantes a trabalho. Essa situação mostra uma face da empresa que desconhecíamos, já que estamos em processo de negociação para o pagamento de deslocamentos fora do horário habitual de trabalho.

O SINTPq cobrará uma explicação da empresa e consultará o seu jurídico sobre a pertinência de uma denúncia no Ministério Público do Trabalho.  

Os números apresentados durante a campanha salarial não são de crise e passam longe dos piores momentos da empresa. No mês passado, o CPqD foi credenciado ainda como Empresa Estratégica de Defesa (EED), tornando-se parceira preferencial para o desenvolvimento de projetos na área de defesa nacional.

Apesar do preocupante cenário econômico, não podemos aceitar que a direção do CPqD faça cortes regulares e contínuos de seus trabalhadores. Com isso, a empresa mostra mais uma vez que o funcionário, o pesquisador, o desenvolvedor do conhecimento é ‘peça’ descartável em seus projetos e futuro.