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Direção da Amazul mostra incapacidade de gestão

Empresa propôs reajuste abaixo da inflação para categoria

22/05/2024

No fim da manhã desta quarta-feira (22), em mais um ato de descaso com a categoria, a direção da Amazul apresentou, em reunião virtual com o sindicato, proposta de reajuste de 3,10% para a campanha salarial em curso, o que sequer compreende a inflação do período. Diante deste cenário, O SINTPq questiona a direção da Amazul, por demonstrar incapacidade em fazer gestão de pessoal, levando a sucessivas demissões de trabalhadores e trabalhadoras da empresa.

A reunião da manhã desta quarta-feira ocorreu de forma tardia. Uma vez que os trabalhadores e trabalhadoras já deveriam ter tido os reajustes salariais em folha desde o dia 1º de abril (data base da categoria), e não tiveram, além de precisarem conviver com a ansiedade do seu futuro no trabalho.

Na sua proposta, a direção da Amazul sugere um acordo coletivo com validade de dois anos, no qual reajustaria, agora, o retroativo a abril de 2023, que soma 3,10% (esse percentual minúsculo correspondente a 75% do INPC acumulado de janeiro de 2023 a março de 2024. A empresa leva em conta para a sua soma os 0,91% reajustados em janeiro e apresenta que o total do ano chega a 4,01% (somados os 3,10% que levou para a negociação desta quarta-feira).

Só em abril de 2025 a empresa disse que pagaria o valor total do INPC acumulado, correspondente ao período entre abril de 2024 e março de 2025.
Em um comunicado oficial da empresa, emitido antes do fim da reunião com o sindicato, a empresa usou de forma covarde a tragédia que ocorre no Sul do país para justificar sua incapacidade de gestão.

“O cenário econômico e fiscal, marcado por elevada volatilidade, e as provisões para gastos com a catástrofe no sul do país são fatores que complicam as negociações para o presente exercício”, afirmou a Amazul, em trecho.

Na sua contraproposta, a Amazul ainda pediu a exclusão da cláusula de homologação, que é o que permite a participação do sindicato no acompanhamento de cada demissão de funcionário, e afirmou que se abdicaria de quaisquer “cláusulas que gerem compromissos futuros”.

Ora, não é um ACT um compromisso futuro? Não é garantir qualidade de trabalho um compromisso futuro? Não é garantir o pagamento e reajuste salarial, um compromisso futuro?

O sindicato entende a direção da Amazul está alheia às necessidades dos trabalhadores, reproduzindo a lógica conservadora que minou com os direitos dos trabalhadores. Ao negar isso, corrobora para o adoecimento de quem se dedica a deixar seus lares todos os dias para servir a nação, como é o que caso de uma estatal.

A própria empresa reconheceu que há uma defasagem salarial de 24% e que a curva de evasão de trabalhadores é constante. Só no ano de 2023, por exemplo, houve mais de 160 desligamentos. Porém a empresa não age de forma a mudar tal realidade.

A categoria merece respeito.