Sesc-SP celebra a cultura afro-brasileira com exposição e o legado de Lélia Gonzalez
"Lélia em nós: festas populares e amefricanidade" estreia na Vila Mariana e apresenta obras históricas e contemporâneas
A partir desta quarta-feira (26), o livro "Festas Populares no Brasil" da escritora e intelectual Lélia Gonzalez, uma figura central na filosofia e sociologia do século XX e ícone da luta antirracista, será relançado e homenageado na exposição “Lélia em Nós: Festas Populares e Amefricanidade” no Sesc Vila Mariana, em São Paulo. A mostra, que ficará em cartaz até 24 de novembro de 2024, celebra as festas populares afro-brasileiras da década de 1970 e inclui sonoridades e musicalidades apresentadas pelo DJ Machintown e o trombonista Allan Abbadia, além de registros fonográficos da discoteca pessoal de Gonzalez.
Publicado originalmente em 1987, "Festas Populares no Brasil" foi o único livro que Lélia Gonzalez lançou exclusivamente como autora durante sua vida. Embora tenha recebido prêmios internacionais, a obra nunca foi comercializada no mercado editorial. A nova edição do livro traz textos inéditos com prólogo da cantora Leci Brandão, posfácio da escritora Leda Maria Martins, texto de orelha da filósofa Sueli Carneiro e quarta capa assinada pela ativista estadunidense Angela Davis e pela atriz Zezé Motta. O prefácio foi escrito por Raquel Barreto, pesquisadora do pensamento de Gonzalez, que ressalta o apagamento violento da produção intelectual de Lélia.
Além de "Festas Populares no Brasil", Lélia Gonzalez também coautoria o livro "Lugar de Negro", lançado em 1982, com o sociólogo argentino Carlos Hasenbalg.
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Quem foi Lélia Gonzalez?
Lélia Gonzalez (1935-1994) foi uma intelectual, ativista, e uma das principais vozes nas discussões sobre gênero e raça no Brasil. Nascida em Belo Horizonte, mudou-se aos oito anos para o Rio de Janeiro, onde trabalhou como empregada doméstica e babá. Superando muitas dificuldades, concluiu o Ensino Médio no Colégio Pedro II e graduou-se em História, Geografia e Filosofia pela Universidade Estadual da Guanabara (atual UERJ).
Como professora universitária, lecionou na Universidade Gama Filho. Em 1978, foi uma das fundadoras do Movimento Negro Unificado (MNU), marcando um momento significativo para a população negra no Brasil. Lélia foi pioneira ao propor uma visão afro-latino-americana do feminismo, inaugurando o debate sobre feminismo negro no país.
Serviço:
Data: A partir de 26 de junho de 2024
Horário: 10:00 às 20:00
Local: Sesc Vila Mariana
Endereço: Rua Pelotas, 141 - Vila Mariana, São Paulo - SP
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