Trabalhadores da Amazul suspendem greve após Audiência de Conciliação
O SINTPq, seu departamento jurídico e o advogado da Amazul foram recebidos no dia 15 de março pelo desembargador Rafael Edson Pugliese Ribeiro, do Tribunal Regional de Trabalho de São Paulo. Neste encontro, foi possível marcar a Audiência de Conciliação para a mesma data, às 17h, na capital paulista.
Após essa confirmação, os mais de 270 profissionais paralisados, em São Paulo e Iperó-SP, realizaram nova assembleia e deliberaram pela suspensão da greve. Dessa forma, foi definido o retorno das atividades hoje, no expediente normal de trabalho. Entretanto, o estado de greve foi mantido, o que possibilita a retomada da paralisação a qualquer momento, dependendo dos desdobramentos do processo.
Na audiência, foi definido o abono dos dias em greve e a empresa se comprometeu a apresentar uma proposta de conciliação na terça-feira, dia 20. Não havendo acordo, a Justiça do Trabalho agendará um julgamento.
A greve na empresa já durava três dias e foi deflagrada em resposta à proposta de 0% de reajuste nos salários e benefícios apresentada pelo Ministério do Planejamento e pelo Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (DEST). Além de não fornecer qualquer correção salarial, a proposta não garantia para o próximo ano a continuidade dos benefícios existentes hoje.
Nos últimos três anos, os profissionais da Amazul acumularam quase 12% de perda salarial, em função de reajustes abaixo da inflação. Neste ano, a empresa e o governo apresentaram uma proposta inicial que, além de 0% de correção, retirava uma série de benefícios presentes no Acordo Coletivo de Trabalho. Após negociação com o SINTPq, o Ministério do Planejamento e o DEST concordaram com a manutenção dos benefícios, mas mantiveram o índice de reajuste em 0%.
Momento histórico
A direção do SINTPq ressalta que tamanha agilidade no processo só foi possível graças aos trabalhadores e trabalhadoras que lutaram arduamente durante os últimos três dias. Enfrentando intimidações, sol forte e todas as dificuldades que um movimento paredista impõe, cada profissional presente nas mobilizações ajudou a fazer história na Amazul.
A luta ainda não acabou. O processo seguirá na Justiça do Trabalho e derrotas não estão descartadas. Todavia, em três dias, os trabalhadores saíram de uma realidade de 0% de reajuste e eminente perda de benefícios para um cenário de esperança em dias melhores.
A partir de agora, a direção da empresa e o Governo Federal devem ter consciência de que, se desrespeitarem novamente seus profissionais, a Amazul vai parar!
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