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Inflação dispara e IPCA atinge maior alta em setembro desde 1994

Puxada pelo preço dos combustíveis e da energia elétrica, a inflação voltou a disparar e o IPCA atingiu uma marca histórica. 1,16%.

13/10/2021

Puxada pelo preço dos combustíveis e da energia elétrica, a inflação voltou a disparar e o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) atingiu uma marca histórica. Com 1,16%, o índice registra a maior alta para meses de setembro desde a criação do Plano Real, em 1994. Nas tabelas mensais, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) registou alta de 1,20% e o IPC-FIPE, que mede a inflação para a cidade de São Paulo, 1,13%.

O acumulado dos últimos 12 meses mostra que o brasileiro segue perdendo significativamente seu poder de compra. Em setembro, os três índices atingem a marca de dois dígitos. Confira na tabela abaixo.

 

Inflação do mês - Agosto/21

Inflação do mês - Setembro/21

Acumulado 12 meses - Setembro/21

IPCA

0,87%

1,16%

10,25%

INPC

0,88%

1,20%

10,78%

IPC-FIPE

1,44%

1,13%

10,52%

 

IPCA

Com acumulado de 10,25%, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) atingiu a marca de dois dígitos pela primeira vez no ano. INPC e IPC-FIPE já tinham ultrapassado os 10% em agosto.

Em setembro, a bandeira de Escassez Hídrica fez o preço da conta de luz subir ainda mais e resultou em um aumento expressivo de 2,56% no grupo Habitações, a maior alta entre todos os grupos. Considerando apenas o estado de São Paulo, a alta da habitação é de 2,35%.

O grupo de Transportes registrou a segunda maior alta no mês. Puxado pelo aumento contínuo do preço dos combustíveis, os transportes registraram alta de 1,82%. Em São Paulo, a variação é de 1,63%.

A terceira maior alta do mês foi do grupo de Alimentação e bebidas, com 1,02%. No estado de São Paulo, a situação é ainda pior, o preço dos alimentos e bebidas subiu 1,13%, acima da média nacional.

Em São Paulo, o grupo Vestuário chama a atenção com uma queda 1,62%, a maior entre todos os grupos para o estado.

INPC

O INPC voltou a subir mais de 1% depois da desaceleração de agosto (0,88%) e registrou 1,20% de aumento em setembro. O acumulado dos últimos 12 meses passou de 10,42% para 10,78%.

Os grupos com maior alta são: Habitação (2,83%), Transportes (1,4%) e artigos de residência (1%). O grupo Alimentos e Bebidas teve a quarta maior alta, com 0,94%.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) mede a inflação para famílias com renda de até cinco salários mínimos. Enquanto o IPCA é contabilizado considerando até 40 salários mínimos.

Cesta básica

De acordo com o DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), que pesquisa o valor da cesta básica nas capitais, a cesta básica dos paulistanos é a mais cara do país, R$ 673,45 em setembro. A variação mensal foi de 3,53%, mais que o dobro do 1,56% registrado em agosto. Já o acumulado dos últimos 12 meses desacelerou e marcou 19,54%. Confira mais detalhes abaixo.

São Paulo – números de setembro de 2021 (DIEESE)

  • Valor da cesta: R$ 673,45
  • Variação mensal: 3,53%.
  • Variação no ano: 6,65%.
  • Variação em 12 meses: 19,54%.
  • Produtos com alta de preço médio em relação a agosto: tomate (18,52%), batata (7,23%), manteiga (5,45%), açúcar refinado (4,72%), café em pó (4,52%), banana (4,10%), leite integral (1,98%), pão francês (1,73%) e carne bovina de primeira (0,92%).
  • Produtos sem variação: óleo de soja.
  • Produtos com redução do preço médio em relação a agosto: farinha de trigo (-0,82%), feijão carioquinha (-0,73%) e arroz agulhinha tipo 1 (-0,49%).
  • Jornada necessária para comprar a cesta básica: 131 horas e 41 minutos.
  • Percentual do salário mínimo líquido gasto para compra dos produtos da cesta para uma pessoa adulta: 66,19%.