Presidente do SINTPq defende ações em prol da saúde mental no trabalho
A discussão sobre saúde mental é de grande importância para o sindicato
O presidente do SINTPq, José Paulo Porsani, tem participado de debates públicos em diferentes instituições defendendo medidas práticas em defesa da saúde mental dos trabalhadores. Recentemente, no dia 24 de setembro, o sindicalista participou de uma mesa de diálogo sobre saúde mental no evento "Programa Escola ao Vivo – Seminário Evolução do Trabalho, do Meio Ambiente e o Sofrimento Mental".
O seminário ocorreu de forma presencial no Auditório da Escola Judicial do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (TRT15), em Campinas/SP, com transmissão ao vivo pelo YouTube. Com uma carga horária de 4 horas e 30 minutos, o evento reuniu magistrados, servidores, advogados e público externo para debater temas essenciais sobre a evolução do trabalho e seu impacto na saúde mental dos trabalhadores.
Para o SINTPq, a discussão sobre saúde mental é especialmente relevante. No início de 2023, o sindicato foi abalado por uma tragédia que impactou profundamente sua direção: o suicídio de uma de suas dirigentes sindicais, uma figura central nos debates sobre saúde mental no ambiente de trabalho. O episódio trouxe à tona a urgência de enfrentar essas questões, não apenas no âmbito das empresas representadas, mas também dentro do próprio sindicato, tornando o tema uma de suas principais bandeiras desde então.
Após a perda da companheira Lidiana Lucindo Moraes, o SINTPq adotou medidas imediatas para intensificar a discussão sobre saúde mental, tanto entre seus próprios membros quanto junto às empresas que representa. Os dirigentes sindicais, como destacou o presidente do SINTPq, José Porsani, sofrem pressões de todos os lados: “Nós sofremos pressão de todos os lados. A partir do suicídio dessa companheira, o sindicato tomou ações mais urgentes para debater a saúde mental, tanto com os dirigentes quanto com as empresas que representamos”. Uma das principais ações foi a adesão à Rede Margarida, uma iniciativa criada em parceria com pesquisadores da Unicamp, Ministério Público, Cerest e movimentos sindicais. A rede desempenha um papel fundamental, promovendo acolhimento e debates sobre saúde mental em níveis municipal, estadual e nacional.
O sindicato também tem incorporado o tema da saúde mental em suas pautas de reivindicações, levando às negociações com as empresas. No entanto, muitas dessas empresas resistem em admitir a existência de problemas de saúde mental em seus ambientes de trabalho, e se limitam a oferecer convênios e psicólogos sem investir em prevenção. “As empresas dizem que estão preocupadas, mas quando fizemos uma pesquisa, mais da metade dos trabalhadores que responderam afirmaram já ter pensado em deixar seus postos por problemas de estresse e pressão”, afirmou Porsani.
A pesquisa anual feita pelo sindicato, contou com a participação de aproximadamente 400 trabalhadores, embora não tenha caráter científico, a pesquisa aponta que esses profissionais relutam em procurar ajuda diretamente dentro das empresas e preferem, em sua maioria, o trabalho remoto ao presencial.
Confira os resultados da pesquisa 2023
O estudo também evidenciou que o deslocamento para o trabalho é um fator agravante na saúde mental. O tempo gasto no trânsito, aliado à jornada de 8 horas, pode estender o dia de trabalho para até 13 horas. Por outro lado, o trabalho remoto também apresenta desafios, como a falta de condições ideais em casa e o isolamento. Mesmo que 70% dos participantes tenham se mostrado favoráveis ao home office, o sindicato se preocupa com o impacto a longo prazo dessa modalidade na saúde mental.
SINTPq também está discutindo a redução da jornada de trabalho como um ponto fundamental para a melhoria da saúde mental dos trabalhadores. Porsani enfatiza que, diante dos avanços tecnológicos e do aumento de produtividade, os trabalhadores acumulam mais responsabilidades e enfrentam maiores pressões “Tem um conjunto de tecnologias que eram para fazer bem para a sociedade, mas no mundo do trabalho não fazem. Por isso, estamos levando a discussão da redução da jornada. É preciso pressionar o Congresso para colocar isso em pauta.”
Paralelamente, o sindicato ampliou seus canais de denúncia e intensificou a divulgação desses serviços em suas redes sociais, buscando apoiar os trabalhadores e promover ações que possam contribuir para um ambiente de trabalho mais saudável.
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