Consciência negra: Os desafios da inclusão social na ciência e tecnologia
“Ao observarmos os registros fotográficos de nossa base, percebemos o quanto é preciso debater a questão racial em nosso meio. Por que temos tão poucos rostos negros no setor de ciência e tecnologia?” O questionamento de Filó Santos, diretora do SINTPq, é recorrente no campo da ciência e ganha ainda mais força com o dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro.
Confira abaixo um podcast gravado com o sociólogo Silvio Matheus Alves Santos, que pesquisou a questão do negro no mercado de trabalho em sua tese de doutorado na USP.
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Segundo dados do CNPq, em 2015, estudantes negros representavam apenas 26% do total de bolsistas, sendo que no Brasil mais de 50% da população é negra. Na visão da ativista Bárbara Paes, pós-graduada em Cultura, Educação e Relações Étnico-Raciais e fundadora coletivo Minas Programam, dedicado a combater o machismo e discriminação na tecnologia, essa realidade é reforçada pela falta de políticas educacionais eficientes.
“Um primeiro apontamento que poderia ser feito é a quantidade ainda pequena de estudantes negros presentes no ensino superior. Uma segunda questão é a insuficiência das políticas de permanência na universidade, o que faz com que muitas pessoas negras não tenham condições de se dedicar a atividades de pesquisa”, comenta Bárbara.
Filó Santos ainda vê um longo caminho a ser percorrido até uma satisfatória inclusão social no setor tecnológico. Segunda ela, o SINTPq e demais entidades podem e devem contribuir com o desenvolvimento de políticas públicas que estimulem esse processo.
“É importante para o SINTPq debater a questão racial, buscando colaborar e apoiar políticas públicas que possam promover mudanças estruturais e culturais importantes na construção de um país mais justo. Na área específica de ciência e tecnologia, é interessante o sindicato apoiar programas que incluam jovens negras e negros, do ensino fundamental ao ensino superior, em cursos da área tecnológica. Dessa forma, talvez possamos ter a satisfação de ver nossa base ampliar o número de trabalhadoras e trabalhadores negros. Uma coisa é certa, todos, sociedade e ciência, ganham com a diversidade. ”
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