Dia do Basta: Centrais organizam paralisações contra retirada de direitos
Oito centrais sindicais e as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo organizam, nesta sexta-feira (10), o "Dia do Basta" em todo o País. Paralisações, atrasos de turnos, atos em portas de fábrica e locais de grande circulação, são algumas das atividades previstas para a jornada de luta.
A iniciativa, aprovada em 6 de junho passado, no Fórum das Centrais, busca sensibilizar os trabalhadores, levando a discussão aos locais de trabalho, mobilizando as bases sindicais e os movimentos sociais em protesto contra o desemprego e a retirada de direitos sociais. “O eixo comum entre as centrais é a defesa dos direitos trabalhistas, Previdência e contra o desemprego”, pontua Júlio Turra, dirigente nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT).
Em São Paulo, as centrais e os movimentos populares realizaram ato às 10h, na Avenida Paulista, região central, em frente ao prédio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Os petroleiros de São Paulo realizaram atrasos de turnos, diálogo com toda a categoria nas refinarias e também ato em frente ao escritório da Petrobras, na Avenida Paulista.
Campinas também terá um ato organizado pelos trabalhadores, a partir das 16h, no Largo do Rosário, no centro da cidade.
Basta de desemprego
Conforme dados do Instituto Brasileiros de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desocupação que atingia 6,5 milhões de pessoas, no final de 2014, mais que dobrou em maio de 2018, registrando 13.2 milhões de desocupados (taxa de desocupação de 12,7%).
A taxa de subutilização da força de trabalho (que agrega os desocupados, os subocupados por insuficiência de horas – menos de 40 horas semanais - e os que estão no desalento) subiu para 24,7%, o que representa 27,7 milhões de pessoas.
O Brasil tem hoje 4,6 milhões de trabalhadores e trabalhadoras que sequer têm forças para procurar uma vaga no mercado de trabalho, depois de meses e meses de tentativas frustradas. A maioria (60,6%) vive na Região Nordeste, onde 2,8 milhões de trabalhadores estão desalentados.
O tempo gasto para uma pessoa obter uma nova colocação também dobrou: passou de 23 semanas em março de 2014 para 47 semanas em março de 2018. Com isso, vem aumentando a precarização das condições de trabalho no Brasil.
Basta de aumento dos combustíveis
Desde a implementação da nova política de preços da Petrobras pelo governo Michel Temer, a gasolina aumentou em mais de 31%, o etanol em 22,6%, o diesel 14.3%, o botijão de gás 17,2%, de acordo com informações da CUT. O preço da gasolina subiu 50,04% e o diesel 52,15%, a partir de abril de 2017. O que corresponde 25 vezes a inflação média no período, que foi de 2%.
Basta de retirada de direitos sociais
A terceirização irrestrita e a reforma trabalhista, aprovadas durante o governo Temer, retiraram direitos, precarizaram as condições de trabalho, fragilizaram os sindicatos e dificultaram o acesso à Justiça do Trabalho. O rendimento médio dos ocupados caiu 13% na Região Metropolitana de São Paulo, 14% na Região Metropolitana de Salvador e 18% na Região metropolitana de Porto Alegre.
Basta de privatização
Os organizadores do Dia do Basta denunciam a política de subordinação aos interesses das empresas multinacionais e de redução do papel do Estado na economia, que vem sendo empreendida pelo governo Temer. Houve mudanças no regime de exploração do pré-sal, autorizando a entrega de áreas estratégicas de exploração às petrolíferas estrangeiras.
Em julho, a Câmara dos Deputados aprovou a venda de seis distribuidoras de energia da Eletrobras. Aprovaram também um artigo que garante ao novo proprietário uma base maior de lucro. As distribuidoras dos estados do Acre, Alagoas, Amazonas, Roraima, Rondônia e Piauí poderão ser vendidas por apenas R$ 50 mil cada uma. E a Eletrobras vai assumir uma dívida de mais de R$ 11 bilhões para que eles tenham mais lucros.
Confira imagens de algumas das manifestações realizadas por todo País
Em Pernambuco, os petroleiros e petroleiras fizeram uma manifestação em frente à Refinaria Abreu e Lima e à Transpetro Suape.
No Pará, mais de 3 mil pessoas, entre bancários, professores, trabalhadores rurais, dos Correios e estudantes, realizaram um ato público em frente ao Banco da Amazônia.
No Mato Grosso do Sul, mais de 90% das escolas estaduais e municipais ficaram fechadas nesta sexta-feira. Junto com outras categorias profissionais, os educadores fizeram uma passeata pelas ruas de Campo Grande para dizer basta de desemprego, de retirada de direitos e de arrocho salarial.
Os eletricitários da base do Sinergia-CUT realizaram assembleias e atrasos de turno em Campinas, Bragança Paulista, Tatuí, São João da Boa Vista, São Carlos, na Cesp de Porto Primavera, Presidente Epitácio, Presidente Prudente e São José do Rio Pardo.
Em Santa Catarina, nos municípios de Jaraguá do Sul e Guaramirim, a mobilização começou às 7h com panfletagens e assembleias nos locais de trabalho. Em São Bento do Sul, a panfletagem também iniciou cedo nas portas de fábrica, com a participação de mais de 1400 trabalhadores e trabalhadoras.
Com informações de portal Brasil de Fato e Central Única dos Trabalhadores
Veja também
SindCast debate atual situação da pesquisa pública no Estado de SP
28/05/2021O SindCast #35 - o podcast do SINTPq - conta com a participação de um convidado inédito, João ...
SindCast aborda assédios e importunações nas redes sociais enfrentados pelos trabalhadores
26/03/2021Com o home office sendo seguido por muitas empresas, os assédios e importunações enfrentados pelos ...
SINTPq lança minidocumentário comemorativo em live na quinta-feira (25)
24/03/2021Celebrar 30 anos de história e conquistas é um feito marcante para qualquer entidade. Pensando ...