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Dia Internacional da Mulher: Sororidade e Luta!

07/03/2016

O Dia Internacional da Mulher está ao longo da história vinculado a reivindicações femininas por melhores condições de trabalho, igualdade e por uma vida mais digna. A celebração da data tem início em 1917 com uma greve de trabalhadoras russas em Petrogrado. Duramente reprimido, o movimento é considerado o estopim da primeira fase da Revolução Russa.

No Brasil, o direito ao voto feminino foi conquistado apenas em 1932, após intensa campanha nacional. No entanto, apenas mulheres casadas, viúvas e solteiras que tivessem renda própria podiam votar.

A discussão sobre o voto feminino havia chegado ao Brasil décadas antes. Em 1891, os deputados brasileiros rechaçaram o direito às mulheres sob a justificativa da inferioridade feminina e de que o direito ao voto colocaria em risco a preservação da família brasileira.

O registro da primeira mulher a votar no Brasil é de 1928. Celina Guimarães Viana adquiriu direito ao voto quando o Rio Grande do Norte fez vigorar o artigo 17 da lei eleitoral, que permitia a todos os cidadãos que reunissem as condições exigidas pela lei o direito a votar e ser votado, sem distinção de sexos. A Comissão de Poderes do Senado, no entanto, anulou o voto de Celina.

Apesar do voto para homens e mulheres ser obrigatório desde 1946, a participação feminina na política ainda é pequena. Segundo dados da Central Única dos Trabalhadores (CUT), a população feminina representa 52% do eleitorado e 45% do mercado de trabalho, mas apenas 10% das cadeiras na Câmara dos Deputados e 16% no Senado. Nas assembleias legislativas a média de participação feminina é de 11% e nas câmaras de vereadores de 13,3%.

Dados coletados pela última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) do IBGE mostram que entre 2004 e 2014 a mulher manteve uma jornada de trabalho fora de casa de 35 horas e meia, mas ainda continua ganhando 24% a menos que os homens.

O que foi conquistado?

Apesar do muito que ainda estamos distantes da sonhada igualdade nas relações de gênero, há conquistas para mulheres que merecem ser lembradas neste 8 de março, pois são resultado de muita luta e discussão de políticas públicas para mulheres. Atualmente, mais de 103 milhões de mulheres são destinatárias de políticas públicas no Brasil.

Segundo Lourdes Simões, da coordenação estadual da Marcha Mundial das Mulheres, há um consenso no movimento feminista de que avanços reais foram conquistados nos últimos anos, principalmente no combate à violência e na saúde. “No combate à violência os avanços foram principalmente no sistema de leis, com a Lei do feminicídio, a Lei Maria da Penha, por exemplo. Reconhecendo que você vive numa sociedade que é patriarcal, machista e homofóbica”, explica.

Para Lourdes, apesar dos avanços, há ainda temas que cruciais para a discussão de gênero no Brasil. O primeiro é a divisão sexual do trabalho que está na base material da desigualdade e, o segundo, a autonomia do corpo feminino.

Em 2015, muitos foram os momentos de luta das mulheres brasileiras. A Marcha das Margaridas e a Marcha das Mulheres Negras mostraram que as mulheres estão mobilizadas para discutir, lutar e defender uma sociedade mais justa e livre. Nas redes sociais, a hastag #MeuAmigoSecreto foi usada para denunciar situações de machismo diárias enfrentadas pelas mulheres.

A história mostra que o 8 de Março é uma data de luta. O SINTPq, representado pelas  funcionárias e diretoras que aqui atuam, deseja que o dia de hoje seja mais que um momento de confraternizar, mais que lembremos daquelas que lutaram pela igualdade entre homens e mulheres, que arriscaram suas vidas pela emancipação feminina e reforçamos nosso repúdio a diferenças salariais entre trabalhadores e trabalhadoras em nossa base, bem como o preconceito de gênero e assédio sexual.

Assim como a Marcha Mundial das Mulheres, nós seguiremos em luta, até que todas sejam livres. Sororidade!