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Famílias de ocupação em Valinhos precisam de agasalhos e alimentos

23/05/2018

Desde o início de abril, cerca de 900 famílias da região de Campinas ocupam uma fazenda improdutiva localizada na Estrada dos Jequitibás, em Valinhos-SP. O acampamento é coordenado pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e, ao contrário do que avaliações preconceituosas podem sugerir, não é formado por criminosos, mas por famílias carentes que veem na ocupação a única saída para conquistarem um local digno para morar e plantar.

Os integrantes do acampamento se organizaram em grupos de trabalho para atender as necessidades básicas do local, dividindo tarefas e implementando uma cozinha coletiva. Entretanto, com a chegada de uma forte frente fria, essas pessoas estão sofrendo com as baixas temperaturas que castigam a região, sobretudo as crianças.

Após visitar o acampamento e verificar a situação, o SINTPq está promovendo uma campanha de arrecadação de agasalhos e alimentos para amparar essas famílias. Os diretores e diretoras do sindicato já contribuíram e a expectativa é de que a categoria também se solidarize com essas pessoas, que, como qualquer um de nós, merecem condições dignas de moradia.

Eles estão precisando, principalmente, de sacos de arroz e litros de leite. Se você tem interesse em colaborar com esses produtos e/ou agasalhos, entre em contato com o SINTPq pelo e-mail [email protected]. A solidariedade com o próximo e a empatia devem vir sempre em primeiro lugar. Reflita sobre isso e contribua com a campanha.

O acampamento

No começo de maio, a ocupação “Marielle, vive!” teve sua permanência garantida pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). Isso ocorreu porque a empresa Eldorado Empreendimentos Imobiliários não conseguiu comprovar a utilização da área nos últimos anos e, consequentemente, a posse do terreno.

A constituição brasileira condiciona a propriedade à função social da terra. Portanto, a ocupação de áreas improdutivas e a serviço exclusivo da especulação imobiliária possui respaldo legal.

As famílias que constroem o acampamento são, principalmente, das cidades de Limeira, Valinhos, Americana, Sumaré, Hortolândia e da periferia de Campinas. Segundo os integrantes da ocupação, o objetivo é utilizar a área para construir suas moradias e produzir alimentos saudáveis com técnicas de agroecologia.

A auxiliar de limpeza Isabel da Silveira, de 54 anos, vê na ocupação uma esperança em dias melhores. Ela morou em Osasco a vida toda e se mudou para Campinas com o marido após conseguirem financiar a casa própria. No entanto, depois de ficarem desempregados, perderam a casa por não conseguirem pagar as prestações.

“Estamos nos sentindo em um paraíso, apesar das dificuldades. Já plantamos quiabo, pimenta, abóbora, já está até brotando. Daqui a pouco vamos estar comendo o que plantamos”, explica dona Isabel com um sorriso no rosto.

Com informações adicionais de Jornal Brasil de Fato