Luta das mulheres segue forte mesmo em tempos de retrocesso
Neste domingo será celebrado o Dia Internacional da Mulher. A data não é apenas dia de felicitações e presentes, mas também de luta.
A ideia de resistir em prol da sobrevivência está cravada na história feminina. Em 1911, no dia 25 de março, 130 operárias morreram carbonizadas em uma indústria do ramo têxtil em Nova York. Esse trágico episódio é o mais lembrado no dia 8 de março e representa parte de uma série de lutas que teve início anos antes, decorrentes de batalhas por igualdade econômica e política.
Com o mesmo espírito de luta das trabalhadoras de Nova York, 90 mil operárias russas protestaram contra o Czar Nicolau II por melhores condições de trabalho em 8 de março de 1917 (ou 23 de fevereiro, no antigo calendário russo). Elas reivindicavam redução da carga horária, que chegava a ultrapassar dez horas diárias, salários dignos e comida. A luta não era apenas por sua categoria, mas por toda a sociedade russa que sofria com as péssimas condições de vida da época. No dia seguinte, havia 150 mil pessoas protestando nas ruas. O movimento é conhecido como a fagulha que acendeu a Revolução Russa.
Hoje, as mulheres seguem lutando pelo direito de viver e governar suas trajetórias. Em agosto de 2019, a Marcha das Margaridas reuniu mais de 100 mil mulheres em Brasília, em sua maioria camponesas, indígenas e negras. O nome da marcha é uma homenagem à Margarida Maria Alves, paraibana e presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande. Ela foi assassinada em 12 de agosto de 1983 a mando de latifundiários intimidados pela coragem da sindicalista. Seu legado segue vivo com a Marcha, que ocorre a cada quatro anos.
No fim de semana desse 8 de março, as mulheres vão às ruas novamente, não apenas reivindicando seus direitos, mas também lutando contra todo o retrocesso que o atual governo representa em relação às minorias, à liberdade de expressão e à democracia.
As mulheres lutaram e continuarão a lutar por um futuro mais igualitário e para que suas vozes sejam ouvidas e compreendidas. A união feminina já conquistou objetivos que pareciam impossíveis, mas ainda falta muito, é apenas o começo de uma longa jornada. O único conforto em toda a dificuldade que esse caminho possuí é o fato de que as mulheres nunca estarão sozinhas. Elas sempre terão umas às outras e a força herdada de todas as guerreiras que as antecederam.
Visando contribuir com essa luta, o SINTPq promoverá a primeira reunião do seu Coletivo Feminino. A frente dessa iniciativa estão as diretoras Filó Santos e Priscila Leal, que encaminharão os encontros em Campinas e São Paulo, respectivamente. Mais detalhes serão divulgados em breve. O SINTPq e suas diretoras esperam que esse Coletivo seja o primeiro passo em direção a um sindicalismo com maior presença feminina.
por Gabriela Pessanha | Comunicação SINTPq
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