Moradores da Mangueira realizam Mostra de Tecnologias Populares
amoso “jeitinho brasileiro” serve como inspiração e gera ciência. É o que estudantes do Morro da Mangueira, na Zona Norte do Rio, comprovam com a realização de uma mostra de tecnologias populares durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), nesta quinta-feira (24) e sexta (25), na Quinta da Boa Vista. A Casa da Arte de Educar mapeou diferentes invenções desenvolvidas por moradores da comunidade e que poderão ser conhecidas pelo público em geral.
São soluções criativas e bem sucedidas para problemas comuns em favelas. Bons exemplos são a reutilização de pneus, transformando-os em caixas de som e “pula pula” para diversão de crianças, o piso de chão de ônibus que serve como decoração de cozinha, o carrinho de compras com caixa de som adaptado com bateria, a antena feita com cabo de vassoura e lâmpada fluorescente, a churrasqueira feita com barril de chopp, “tchacabum” feito de fundo de barril e cabo de madeira para os dias quentes e a bicicleta ergométrica.
O mapeamento dessas tecnologias é uma prática educativa desenvolvida pela Casa Arte de Educar, através do Núcleo de Pesquisa de Educação para Ciências e Meio Ambiente, junto aos estudantes. Eles pesquisam, dialogam, documentam e fazem entrevistas com moradores da comunidade. Além de desenvolver as habilidades necessárias para a realização do projeto, os estudantes ainda entram em contato com o lado inventivo dos moradores do lugar em que vivem.
“Isso faz com que o conhecimento e o talento de pessoas que muitas vezes não tiveram acesso à educação formal seja valorizado. A partir da identificação das tecnologias populares, os estudantes puderam aproximar os conteúdos escolares estudados aos saberes locais vivenciados, dando sentido prático ao que pesquisavam e estudavam nas escolas ”, destaca Lolla Azevedo, coordenadora Pedagógica da Casa da Arte de Educar.
Depois de identificados, os inventores são convidados a visitar a sede da Casa da Arte de Educar onde acontecem rodas de conversa. Essa troca é importante para que os estudantes façam uma associação entre as tecnologias populares e os conteúdos escolares e que colabora para estimular sua criatividade na busca de soluções para seu cotidiano. Além das tecnologias populares, os jovens apresentam também jogos desenvolvidos por eles e que tratam de maneira lúdica e divertida temas como meio ambiente, sustentabilidade e sexualidade.
Inovação no ensino
O mapeamento de tecnologias populares é uma das ações desenvolvidas pelo Núcleo de Educação para as Ciências da Casa da Arte de Educar. Além da parceria com o projeto Criança Esperança, a organização tem parcerias com diversas instituições de educação, ciência e cultura como escolas, governos, museus e universidades. O núcleo desenvolve uma estratégia inovadora para o ensino das ciências baseada nos desafios socioambientais e tecnologias populares capazes de promover o interesse de estudantes para a área.
Fonte: Jornal do Brasil
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