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Novo presidente foca em construção conjunta com direção e associados

06/07/2012

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A eleição da diretoria do SINTPq terminou e a Chapa foi aprovada por 98% dos votantes. Com posse prevista para este mês, os membros novos inteiram-se dos assuntos, que vão desde as condições estruturais do Sindicato, passando pela atuação durante as eleições municipais, chegando às políticas nacionais de interesse da base. O presidente eleito Régis Carvalho fala um pouco sobre o contexto no qual a próxima gestão estará inserida. Acompanhe:

SINTPq: O Sindicato passa por uma reestruturação. Ações como automatização administrativa/financeira e investimentos em infraestrutura e comunicação estão sendo realizadas. Quais serão os próximos passos planejados para preparar a instituição para a nova fase?

Régis Carvalho: Desde o início de nossas conversas, quando da composição da chapa com todos os integrantes da nova diretoria, a proposta foi de uma gestão mais participativa, voltada para as necessidades dos sindicalizados, de melhorias e de busca da máxima eficiência.  É isso que buscamos. No entanto, assim que a nova diretoria assumir, um novo planejamento tendo como base a carta programa será elaborado.

 

SINTPq: A reestruturação foi pensada para aproximar o Sindicato da base, bem como atrair novos associados. Qual é a realidade atual e quais as metas a serem atingidas com as ações?

Régis Carvalho: O SINTPq é um Sindicato que representa uma categoria de trabalhadores diferenciados pela diversidade na sua formação profissional especializada e, consequentemente, diferentes níveis salariais. Buscar atrativos como convênios para atrair novos sócios é uma das meta apontadas pelos trabalhadores. Na Campanha Salariai, 2012/2013, reforçaremos o compromisso do SINTPq de lutar por melhores condições salariais e de trabalho que atendam as expectativas de trabalhadores altamente especializados. Outra meta importantíssima é conseguirmos arrebanhar novos sindicalizados. Para isso contamos com os sócios atuais, que sustentam financeiramente o Sindicato, pois eles poderão passar aos novos integrantes da categoria a verdadeira luta e o trabalho sério que o SINTPq realiza nestes 20 anos de existência.

 

SINTPq: Um dos grandes temas relacionados ao sustento do movimento é o Imposto Sindical. O SINTPq é a favor do fim do imposto, porém ele ainda representa uma grande parte dos recursos. Como será a adaptação da instituição ao fim do imposto caso ela venha a acontecer?

Régis Carvalho: É um tema controverso, certamente o fim desta fonte de recurso limitará em muito a atuação do SINTPq. Ressalta-se que, historicamente, o SINTPq sempre devolveu aos seus sindicalizados a parte que lhe caberia - 60% do dia de trabalho descontado do empregado.  Acredito que a reforma sindical devesse estipular que todos os trabalhadores que se beneficiam de um acordo coletivo contribuam financeiramente à favor do sindicato que negocia. No entanto, um posicionamento da entidade num assunto estratégico (sustentação financeira) deve ser discutido amplamente pela categoria. Ainda sobre o tema, não posso deixar de registrar que em nossa categoria temos diversos profissionais que recolhem a contribuição a favor de instituições que não os representam por motivos meramente financeiros  - assim pagam taxas menores que o dia de salário descontado.

 

SINTPq: Uma parte das empresas representadas pelo SINTPq já está em campanha salarial. Considerando o cenário econômico atual, quais as expectativas e metas para as negociações? 

Régis Carvalho: São 21 empresas, portanto 21 negociações diferentes, cada qual com suas particularidades e dificuldades. A crise mundial é uma realidade e, apesar das ações do Governo Federal para minimizar os efeitos no Brasil, empresas de capital internacional apontam desde o ano passado dificuldades com seus investidores. Outra barreiras são as empresas públicas que dificultam demais as negociações. As nossas metas sempre são a do reconhecimento da carreira e do profissional de pesquisa revertidas em salários dignos e condições de trabalho adequadas.

 

SINTPq: A pesquisa no País nunca teve grande prioridade e as sucessivas omissões refletem-se na economia e na qualidade de vida. Outra consequência é o Brasil ser relegado a um papel predominantemente de exportador de matéria prima. O que pode ser feito hoje para reduzir a diferença entre o Brasil e os países de primeiro mundo nessa área?

Régis Carvalho: O Brasil muito mais que ser um exportador de matérias prima é um exportador de intelectualidade e mão de obra qualificada, o discurso político de que Ciência e Tecnologia é uma questão de soberania nacional deixou de ser apenas promessas de campanhas políticas. O Governo Federal, desde o ex-presidente Lula chegando à presidenta Dilma, tem investido em Ciência e Tecnologia como nunca antes visto. Certamente não é do dia para a noite que os reflexos desses investimentos aparecerão, mas certamente também o Brasil não é mais visto como um País de terceiro mundo.

Outro tema que o Brasil deve discutir, e os sindicatos devem exercer o papel de verdadeira trincheira de defesa dos interesses do povo brasileiro (eles, os sindicatos, não são e nunca serão candidatos a cargos públicos), é a repartição dos royalties do Pré-sal de forma a garantir que a nação não cometa o mesmo erro que outros países, também grandes exportadores de petróleo, que mantém boa parte da sua população abaixo da linha da pobreza. Por isso, hoje, o SINTPq atua ativamente no Forum Nacional  de Ciência e Tecnologia pela luta que pede a destinação da metade da riqueza do Pré-sal para a educação, ciência e tecnologia.

 

SINTPq: Quais serão as prioridades durante a gestão 2012/2015 considerando tantos temas abrangentes de políticas públicas e necessidades latentes do Sindicato e dos trabalhadores?

Régis Carvalho: Internamente, aprimorar a instituição SINTPq por meio da sua modernização, garantindo mecanismos e ferramentas que aumentem sua eficiência e transparências buscando a sua perenização (sindical, política e financeira) na defesa da categoria. Externamente, a prioridade absoluta do SINTPq sempre foi, e continuará sendo, a defesa dos interesses dos trabalhadores em atividades diretas e indiretas de pesquisa, ciência e tecnologia. Sempre buscamos atuar envolvendo todos os atores que, de uma maneira ou de outra, são engajados ou simpatizantes dos profissionais que dedicam suas vidas na tentativa de melhorar a vida alheia. Pesquisar e inovar só trazem benefícios à sociedade e é para esta sociedade que trabalhamos.

 

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Parte da diretoria reunida