Panorama: Expectativas das empresas para 2014
final de 2013, o Observatório Softex entrou em contato com empresários e representantes de entidades da IBSS (Indústria Brasileira de Software e Serviços de TI) para conhecer a sua avaliação sobre 2013 e as suas apostas para 2014. Seguem os resultados.
2013: ano bom, com crescimento próximo ao planejado
No geral, as empresas consideraram 2013 um ano bom. Os resultados de crescimento ficaram dentro do esperado para alguns setores, apesar do ambiente percebido de incertezas, em virtude da crise econômica mundial e da falta de definição de políticas públicas. Nos setores de saúde e petróleo e gás, os resultados ficaram aquém do esperado.
Para muitas empresas, 2013 foi um ano de busca de parcerias para superar as dificuldades e conquistar novos mercados. Percebe-se uma mudança cultural que vem destruindo barreiras que impediam a formação de parcerias. Também foi um ano de planejamento estratégico mais apurado, em virtude dos desafios gerados pela perspectiva de expansão do mercado.
As empresas registraram queda da receita com consultorias, mas houve aumento de expectativas em várias áreas, destacando-se entre elas cidades digitais, assunto muito debatido em fóruns, seminários e workshops. Segurança da informação, saúde e mobilidade urbana foram mencionados como negócios em alta.
Telecomunicações e bancos também criaram boas oportunidades para as empresas em 2013. Abriram-se oportunidades para integração de sistemas complexos. No setor de telecomunicações, ainda são poucas as empresas que conhecem os protocolos, o que cria condições favoráveis para alianças com grandes fornecedores. Há muito o que fazer no novo cenário de mobilidade.
Outro ponto levantado pelas empresas diz respeito à tendência de concentração dos investimentos em start ups em detrimento das empresas maduras. Não houve apoio para a geração de spins offs.
2014: expectivas de crescimento
As expectativas para 2014 são favoráveis, em virtude da Copa do Mundo e de perspectivas de negócios relacionados com as novas tecnologias, como a migração da infraestrutura das empresas para a nuvem, a expansão dos negócios no modelo software as a service, redes sociais, big data e mobilidade e o interesse despertado pelas cidades inteligentes e temas relacionados: smart grid e internet das coisas, por exemplo. Mercado importante de TI irá se direcionar para esses negócios.
No Brasil, existe ainda um grande mercado inexplorado na área de automação. Espera-se mais disposição para investimentos no segmento industrial e em infraestrutura, gerando demanda. Na área de segurança da informação, também se espera um crescimento acentuado, como resultado do incidente da espionagem americana. A Embraer comprou a Atech e existe uma forte perspectiva de crescimento na área militar para embarcados e de controle em sistemas aviônicos, submarinos, artilharia, etc. Boeing e Airbus estão investindo em pesquisa em São José do Campos.
No que se refere às atividades externas, existem expectativas de busca de parceiros fora do eixo de influência dos Estados Unidos. O crescimento do emprego e a maior capacidade para captação de recursos também são aspectos que estimulam os empresários a terem uma visão otimista para 2014.
Entre as dificuldades apontadas para 2014, estão as incertezas em relação à política fiscal, resultado da balança comercial, elevação dos juros e valorização do dólar. Como resultado da Copa do Mundo, as empresas esperam aumento com publicidade. O custo das viagens continuará aumentando e os dias de trabalho serão reduzidos, em 2014.
Seja como for, não parece haver motivos para pessimismo em 2014. O Brasil possui um mercado relevante para TIC. Há um potencial grande de crescimento e demanda por software. Os grandes eventos representam apenas uma pequena parte das oportunidades em aberto.
Mesmo em ritmo lento, o país cresce, enquanto o cenário na Europa e nos EUA é de crise. As pequenas e médias empresas de TI vêm ganhando fôlego e aumentando a sua participação no total da receita. As grandes têm mais dificuldades para vendas diretas, sobretudo quando é necessário personalizar as soluções, o que exige presença local.
Austregésilo Gonçalves
NISB/Observatório Softex e Diretor do SINTPq
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