Sem uma política clara, transformação digital nas operadoras pode levar mais de cinco anos
As operadoras de telecomunicações da América Latina e Caribe, a exemplo do que acontece em outras regiões, vivem um sério dilema no que diz respeito à transformação digital. Seus executivos têm consciência de que esse é um caminho necessário para manterem a competitividade, têm realizado iniciativas nesse sentido, mas os obstáculos enfrentados, entre os quais a falta de uma estratégia unificada, podem causar mais lentidão nesse processo do que o necessário. Tanto que a maioria (68%) das previsões é de que essa transformação leve mais de cinco anos para ser concretizada e não por acaso há entre os pesquisados (58%) o receio de que esse setor possa ser ultrapassado por outras indústrias nesse período.
“Em um mundo que exige cada vez mais respostas instantâneas, a necessidade de transformação digital é clara para os executivos”, comentou Renato Osato, vice-presidente regional de negócios da Amdocs Cala (Caribe e América Latina). Entre os esforços para alcançar esse patamar, começa a crescer nas empresas a figura do diretor digital (CDO) para trabalhar de forma fluida ligado a vários departamentos e processos, disse o executivo. E a importância desse profissional foi reconhecida por 84% dos entrevistados. No entanto, apenas 32% têm, realmente, um executivo com esse perfil em seus boards.
Preocupadas com esse tema, as operadoras têm buscado saídas para o desafio da transformação digital. Mas a própria pesquisa mostra que 74% ainda executam projetos como iniciativas isoladas, sem qualquer alinhamento com processos mais amplos ou com a estratégia de negócios. Para Osato, além da falta de estratégia unificada, estão entre os maiores obstáculos a baixa adoção de canais digitais e ainda ambientes de sistemas de múltiplos fornecedores. Essas empresas também convivem com um grande número de processos manuais e com um legado que detém avanços.
Na avaliação do executivo, um dos problemas centrais para essas companhias está na maneira de encontrar formas de financiamento que garantam suas expansões e atualizações tecnológicas. “Nós começamos a falar da 4G há uns dois anos, hoje ela é uma realidade e as projeções são de que a 5G poderá ser viável em dois anos”, afirmou. Para ele, esse cenário poderá fazer com que as operadoras e as OTTs se sentem para discutir novos modelos de negócios, apesar das resistências ainda existentes. “Não há conteúdo se não houver a entrega de uma banda larga veloz. E não adianta ter uma banda larga de alta capacidade se não houver conteúdo para justificar os investimentos”, ressaltou.
Para 68% dos entrevistados, o setor de telecomunicações tem grandes capacidades tecnológicas para se transformarem digitalmente. Mas consideram que para isso vão precisar das competências adequadas para projetar e implementar estratégias eficientes , o que está levando muitas dessas empresas a compartilhar o desafio com terceiros. De acordo com a pesquisa, 37% dos tomadores de decisão de operadoras da região garantiram que vão investir em serviços gerenciados nos próximos 12 meses.
A capacidade mais crítica para a sobrevivência das operadoras na era digital na avaliação dos executivos é a atração dos melhores talentos nessa área. Em seguida, os participantes do levantamento relacionaram a agilidade dos negócios e a necessidade de entregar ao cliente uma experiência perfeita em todos os canais. “Houve uma mudança na visão desses executivos, há alguns anos eles diziam que queriam ter uma dinâmica como a do Ebay ou Amazon, por exemplo. Hoje querem resultados para seus próprios processos, como a agilidade”, observou Osato.
Fonte: Tele.Síntese
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