SINTPq discute desmonte da ciência brasileira em entrevista à rádio Noroeste
O que fazer durante uma manhã chuvosa de sábado? Os diretores do SINTPq, Austre Gonçalves e Filó Santos, dispensaram as horas a mais de sono no conforto do lar e aproveitaram a data para discutir o atual panorama da ciência e inovação brasileira em entrevista à rádio campineira Noroeste FM.
A entrevista integrou todo o programa Jornal dos Trabalhadores, transmitido entre 10h e 12h20 do último sábado, dia 19. Em conversa com o radialista Jerry de Oliveira, os diretores do SINTPq comentaram a importância e o papel social da ciência e do trabalho dos pesquisadores e pesquisadoras em nossa sociedade. O atual sucateamento da CT&I nacional promovido pelo governo também esteve em pauta, sendo apresentadas denúncias sobre os retrocessos e dificuldades vividos pelo setor.
“Em março do ano passado, o governo uniu os ministérios da ciência e comunicação, formando o MCTIC. Isso resultou em menos atenção e recursos para ambos. São duas áreas distintas. Uma é responsável pelo fomento à inovação, a outra se beneficia dessas inovações, mas sua responsabilidade é gerencial e administrativa. A união dessas pastas representou um grande retrocesso para os dois setores”, comentou Filó Santos.
“O orçamento do CNPq está estrangulado e mais de 90 mil bolsas estão em risco. Eu fui bolsista do CNPq e sei como essa instituição e essas bolsas representam a realização de um sonho para os jovens brasileiros dedicados à pesquisa nacional. Infelizmente, o atual governo não reconhece essa importância e está condenando a pesquisa brasileira”, completou Austre Gonçalves ao comentar os cortes no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
As desigualdades enfrentadas pelas mulheres no setor também foram assunto no programa. De acordo com dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), mencionados na entrevista, as mulheres representam 57% dos estudantes de ensino superior. Entretanto, a proporção se inverte no número de bolsas liberadas pelo CNPq nas áreas de CT&I, sendo 70% preenchidas por homens.
“O machismo e desigualdade de condições entre homens e mulheres estão presentes em todas as áreas. Na ciência e tecnologia não é diferente”, avaliou Filó Santos antes de traçar possíveis alternativas para esse cenário. “Precisamos desenvolver mais políticas de igualdade de gênero e incentivos para que as mulheres participem cada vez mais dessa área”.
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