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Trabalhadores precisam de 11,31% de reajuste para repor a Inflação

16/02/2016

O IBGE divulgou na última semana o resultado da inflação de janeiro: um aumento de preços da ordem de 1,51%, de acordo com o INPC-IBGE. A inflação de janeiro é maior que a de dezembro (0,90%) em 0,61 pontos percentuais (p.p.). Em janeiro, o grupo dos "produtos alimentícios" teve inflação de 2,41%, ao passo que o grupo dos "produtos não alimentícios" teve inflação de 1,11%. Este peso mais elevado da inflação de alimentos advém de dois fatores principais: a) entressafra de várias culturas e b) a disseminação os efeitos do Dólar alto. Mas porque os alimentos ficam mais caros quando o Dólar sobe? Os motivos principais são os seguintes:

1- O Brasil importa a maior parte do trigo que consome e o preço do trigo é fixado em Dólar, se o Dólar sobe, o trigo sobre também. Portanto todo alimento à base de trigo (pães, biscoitos, massas, etc.) fica mais caro.

2- O Brasil é um grande produtor de grãos e de carnes, contudo, o país exporta esses produtos e, portanto, seu preço de exportação é fixado em Dólar. Quando o Dólar sobe, fica mais vantajoso para o produtor de grãos e de carnes colocar esses produtos no exterior e menos vantajoso vendê-los no mercado interno. Com isso, para que parte da produção fique no mercado interno, o preço nacional desses produtos acaba subindo também.

3- Apesar de o Brasil ser um grande produtor de petróleo, o petróleo produzido aqui não é adequado para a fabricação de combustíveis. Por conta disso, o Brasil precisa importar petróleo para gasolina e para diesel. Como esses preços são cotados em Dólar, sobem junto com o valor dessa moeda e o preço dos combustíveis sobe. Como todos os alimentos precisam ser transportados, de um modo geral os preços acabam subindo em função do aumento do custo do frete.

Analisando o cenário econômico, o calendário de reajuste dos preços administrados e o comportamento dos preços, o mais provável é que a taxa de inflação permaneça alta durante todo o ano de 2016. Mais do que isso, nos próximos meses, bem possível que ainda suba mais alguns pontos percentuais. Sendo assim, as categorias que estiverem em data-base, EM FEVEREIRO, precisam de, NO MÍNIMO, 11,31% de reajuste salarial, para repor as perdas com a inflação de 12 meses, medida pelo INPC-IBGE.

Fonte: Dieese