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Trabalhadores precisam de 7,13% de reajuste para repor a inflação

09/02/2015

O IBGE divulgou na última sexta-feira (06) o resultado da inflação de janeiro: um aumento de preços da ordem de 1,48%, de acordo com o INPC-IBGE. A inflação de janeiro é maior que a de dezembro/2014 em impressionantes 0,86 pontos percentuais (p.p.).

Tanto o grupo de preços dos produtos alimentícios quanto o grupo dos produtos não alimentícios registrou aumento de 1,48%, entretanto a disparada dos preços dos "não alimentícios" foi maior, para se ter uma ideia, o índice deste grupo em dezembro/14 havia sido de 0,42%.

Com o resultado da inflação de janeiro, a Inflação de 12 meses fechou em 7,13%, bem acima da inflação de 12 meses registrada em dezembro/2014 (6,23%). As razões para esta "disparada" nos preços é múltipla, mas vale a pena listar alguns fatores:

a) Entraram em vigor as novas medidas econômicas do Governo Federal aumentando impostos. Estas medidas, sobretudo as elevações do IOF, do Imposto sobre Importações e da CIDE Combustíveis tendem a gerar uma "contaminação geral de preços", pois sempre serão repassadas aos consumidores finais.

b) A deterioração das contas externas do Brasil tem conduzido a uma desvalorização do Real frente ao Dólar. Na última semana a moeda americana bateu os R$ 2,74. Essa desvalorização cambial torna os produtos importados mais caros e também afeta a inflação.

c) A elevação da taxa básica de juros, a SELIC, para 12,25% também contribuiu para a inflação de janeiro, pressionando o custos das vendas à prazo.

d) A seca prolongada em várias regiões do país, mas de forma mais grave no sudeste está pressionando o custo de produção dos gêneros alimentícios. Além disso, a situação é tão grave que tem gerado aumento das tarifas de água e até mesmo de energia elétrica em vista da necessidade de maior utilização das usinas termoelétricas.

e) Além dos fatores conjunturais, acima listados, tradicionalmente janeiro costuma ser um mês de inflação mais elevada porque neste mês ocorrem os reajustes de cursos escolares, planos de saúde e transporte coletivo.

O fato é que as categorias que estiverem em data-base, EM FEVEREIRO, precisam de, NO MÍNIMO, 7,13% de reajuste salarial, para repor as perdas com a inflação de 12 meses, medida pelo INPC-IBGE.

Fonte: DIEESE