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A avaliação de CT&I no centro do debate

22/11/2010

Saúde, educação, ciência, tecnologia e inovação (CT&I) são alguns dos setores nos quais os governos investem continuamente por meio de políticas específicas e programas estratégicos, visando a garantir melhores condições de vida para as populações, além de desenvolvimento econômico para os países. No entanto, o retorno desses investimentos nem sempre é visível, e ainda mais raro é o conhecimento sobre a efetividade dos programas e políticas adotados.

O conceito de avaliação começa a se expandir no mundo, devido não apenas ao substantivo aumento de investimentos nesses setores, mas também graças à capacidade que hoje já se encontra para construir metodologias que permitam fazer um balanço sobre o efeito das ações na sociedade e na economia.

Alguns países despontam na área de avaliação, entre os quais o Japão, que dispõe de um escritório voltado exclusivamente para o desenvolvimento de metodologias e métricas que permitam responder sobre o resultado das iniciativas implementadas. A França é outro país que vem desenvolvendo, por meio do Bureau d`Economié Theorique et Appliquée (Beta), da Universidade de Estrasburgo, estudos sobre metodologias a serem aplicadas na avaliação de impacto de políticas.

No Brasil, embora o tema tenha suscitado interesse mais recentemente, inclusive por serem recentes os investimentos mais substantivos, como no caso da inovação, já é possível fazer um balanço sobre algumas experiências. O interesse sobre o tema, aliado à necessidade de ampliar o debate a respeito de metodologias e desafios já colocados à avaliação de programas e políticas públicas, levou o Grupo de Estudos sobre Organização da Pesquisa e da Inovação (Geopi), do Departamento de Política Científica e Tecnológica (DPCT), do Instituto de Geociências da Unicamp (IG), a promover o Simpósio Internacional Fronteiras da Avaliação, a ser realizado nos próximos dias 18 e 19 de novembro, em Campinas.

O evento conta com patrocínio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), do Faepex da Unicamp, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), da Fundação Itaú-Social, do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

“O interesse despertado pelo evento nos surpreendeu, pois as inscrições foram abertas em 6 de outubro e esgotaram-se em menos de 10 dias”, afirma a coordenadora-executiva do simpósio, Ana Maria Carneiro, pesquisadora do Núcleo de Estudos de Políticas Públicas (Nepp) da Unicamp. “Devido a esta grande demanda, providenciamos a transmissão ao vivo do evento pela internet, aproveitando que a Unicamp dispõe deste serviço. Desta forma, quem não puder comparecer presencialmente, ainda poderá acompanhar as discussões por meio do site www.ige.unicamp.br/fronteiras”.

Para abordar algumas das questões cruciais sobre as fronteiras do processo de avaliação, o Jornal da Unicamp entrevistou três dos palestrantes do evento: Fernanda De Negri, economista e hoje diretora adjunta de Estudos de Políticas Setoriais e de Inovação, Regulação e Infraestutura do Instituto de Pesquisas Aplicadas (Diset/Ipea); Laurent Bach, pesquisador do Beta; e Sergio Luiz Monteiro Salles-Filho, professor do Departamento de Política Científica e Tecnológica (DPCT), fundador do Geopi e atual Diretor da Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA), da Unicamp, no campus de Limeira.

Os três entrevistados abordaram os principais pontos sobre o tema, ressaltando, devido à maior atuação no campo da CT&I, que avaliar os programas e políticas é ponto fundamental para mantê-los, com ou sem ajustes, e também para implementar novas propostas que possam levar ao cumprimento dos objetivos principais das políticas públicas.

Fonte: Jornal da Unicamp

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