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Biden faz discurso histórico em piquete da greve nas montadoras

É a primeira vez na história que uma mobilização desta categoria afeta General Motors (GM), Stellantis e Ford simultaneamente, as três principais montadoras daquele país

28/09/2023

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O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, compareceu à marcha dos grevistas do setor automotivo, realizada na terça-feira, dia 26, no condado de Wayne, no Estado de Michigan, e pediu que os trabalhadores continuem na greve. Usando um boné do sindicato da United Auto Workers (Sindicato dos Trabalhadores Automotivos, em tradução livre), Biden disse que os grevistas “merecem o aumento significativo de que precisam”.

 
 
 
 
 
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A mobilização começou no dia 15 de setembro exigindo, dentre outras reivindicações, aumento salarial de 36% ao longo de quatro anos. É a primeira vez na história que uma mobilização desta categoria afeta General Motors (GM), Stellantis e Ford simultaneamente, as três principais montadoras daquele país. A Stellantis é responsável por 16 marcas, dentre elas Fiat, Alfa Romeo, Chrysler, Dodge, Jeep, Opel e Peugeot.

O UAW justifica a reivindicação de 36% por corresponder ao aumento da renda dos gestores de topo. Inicialmente, os trabalhadores apresentaram proposta de 40% em quatro anos, mas até agora os empregadores sinalizam aceitar reajuste de apenas 20% durante quatro anos e meio. Segundo o Deutsche Welle, hoje um empregado de alto escalão de uma fábrica de montagem recebe cerca de US$ 32 por hora contra perto de US$ 17 de um temporário iniciante.

Além do reajuste, os trabalhadores reivindicam semana de trabalho de 32 horas com 40 horas pagas, ampliação do período de férias. Também querem restauração de direitos que não abrangem contratados a partir de 2007, fim dos níveis variáveis de salários para os empregos nas fábricas. O UAW ainda exige representar trabalhadores em dez fábricas de baterias para veículos elétricos.

De acordo com o presidente do UAW, Shawn Fain, os altos lucros das montadoras possibilita o atendimento das reivindicações. A última década foi bastante lucrativa para GM, Stellantis e Ford. Juntas as três montadoras de Detroit registraram lucro líquido de US$ 164 bilhões, dos quais US$ 20 bilhões somente neste ano. Além disso, os altos gestores de todas abocanham milhões de dólares em remuneração anual. Ainda segundo Fain, as negociações com a Ford avançam melhor, mas na GM e Stellantis “ainda precisam de um grande impulso”.