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28 de abril: Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho

28/04/2016

No dia 28 de abril de 1969, uma explosão em uma mina no estado norte-americano da Virginia matou 78 mineiros. Em homenagem às vítimas desse e de todos os acidentes de trabalho ocorridos no mundo, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) instituiu a data como Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho.

De acordo com a última atualização do anuário estatístico da Previdência Social, ocorreram 5 milhões de acidentes de trabalho no Brasil entre 2007 e 2013. Desse total, 45% acabaram em morte, em invalidez permanente ou afastamento temporário do emprego.

Quando o trabalhador não possui informações mínimas sobre os riscos que vai encontrar, o resultado são enfermidades como surdez, originada em um ambiente de trabalho ruidoso, intoxicações relacionadas à exposição a substâncias químicas, entre outros danos à vida do profissional.

Entre as complicações mais comuns estão as Lesões por Esforço Repetitivo (LER) e os Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT). Essas doenças são causadas por condições de trabalho pouco ergonômicas, postos de trabalho inadequados, posturas incômodas, excesso de movimentos repetitivos e cargas de peso elevadas.

Além das complicações físicas, um ambiente profissional inadequado também pode causar problemas psicológicos. Segundo o médico ocupacional e ex-secretário municipal de saúde, Adilson Rocha Campos, o estresse pode ter consequências em todo o grupo profissional de uma empresa, deixando os trabalhadores mais vulneráveis a síndromes depressivas e de ansiedade e, inclusive, aumentando o risco de acidentes de trabalho.

“As atividades profissionais podem causar diretamente, desencadear ou agravar patologias”, enfatiza o médico.

Adilson Campos ressalta ainda os procedimentos que o trabalhador deve seguir ao avaliar que desenvolveu uma doença em decorrência da sua atividade profissional. Segundo ele, deve-se procurar por um médico, seja do SUS ou na rede privada. No SUS, além dos Centros de Saúde, há os CERESTs (Centros de Referência em Saúde do Trabalhador), onde há profissionais especializados para essa modalidade de atendimento e que poderão avaliar e orientar o trabalhador.

O médico também destaca que a notificação das doenças relacionadas ao trabalho é obrigatória, seja no SINAN (Sistema Nacional de Agravos de Notificação), do SUS e, caso o trabalhador tenha registro em carteira, deve ser emitida a CAT (Comunicação de Acidente do Trabalho).

“Caso o trabalhador tenha dificuldades para o reconhecimento pela empresa de que sua doença é relacionada ao trabalho, pode recorrer ao seu sindicato, ao SUS, ao Ministério do Trabalho, ou até mesmo ao Ministério Público do Trabalho”, orienta Campos.

Os profissionais da base do SINTPq que identificarem prejuízos em sua saúde causados pelo trabalho podem procurar ajuda no sindicato. Feito isso, o SINTPq analisará a situação e dará as adequadas orientações aos trabalhadores e trabalhadoras.