Após reforma, número de convenções coletivas fechadas cai 45%
O número de convenções coletivas fechadas no primeiro semestre de 2018 caiu 45,2% em relação ao mesmo período do ano passado. O levantamento foi publicado nesta semana pela Fundação Instituto de Pesquisa Econômica (Fipe). A quantidade de acordos coletivos firmados também recuou, com queda de 34% nos primeiros seis meses do ano.
Convenção coletiva: Contrato válido para diferentes empresas de uma mesma categoria. Normalmente negociado entre o sindicato dos trabalhadores e um sindicato patronal, que representa as empresas do setor. Acordo coletivo: Contrato negociado entre sindicato e uma única empresa, como ocorre na base do SINTPq. |
A principal causa dessa redução é o prolongamento das negociações, causado pela reforma trabalhista. Com a nova legislação, empresas e sindicatos patronais estão buscando retirar direitos já existentes nas convenções e acordos.
Agora, a retirada de direitos é possível graças ao fim da ultratividade, condição que garantia a validade das convenções e acordos até que novos fossem assinados. Dessa forma, empresas não são mais obrigadas a continuar praticando benefícios quando a validade desses documentos chega ao fim.
Na base do SINTPq, essa nova realidade já foi enfrentada neste ano. Em sua primeira proposta para o Acordo Coletivo de Trabalho 2018, a Amazônia Azul Tecnologias de Defesa SA – Amazul tentou retirar praticamente todos os benefícios que não estão previstos na CLT. Após três dias de greve em março, sindicato e trabalhadores conseguiram manter os benefícios para este ano. Entretanto, a empresa nega garantir a ultratividade do acordo. No momento, o dissídio segue aguardando julgamento no Tribunal Regional do Trabalho (TRT).
O SINTPq conversou sobre esse cenário com o advogado Francisco Coutinho, que presta assessoria jurídica ao sindicato. Ele apontou algumas formas para combater as ameaças trazidas pelo fim da ultratividade.
“O melhor caminho é fortalecer a categoria, com aumento da participação e sindicalização, aumentando a pressão nas negociações e fazendo greves. Também é possível buscar uma segurança jurídica, estendendo cláusulas por prazos maiores e negociando acordos com prazos de validade mais longos”, avaliou Coutinho.
O advogado também comentou o novo grau de responsabilidade que a reforma trouxe aos sindicatos, ao mesmo tempo em que lhes tirou força: “A reforma trouxe uma contradição. Ela trouxe maiores responsabilidades aos sindicatos, pois anteriormente o sindicato negociava apenas questões além do que a lei previa. Agora, eles podem negociar muito mais itens, o que gera uma maior responsabilidade. Ao mesmo tempo, a reforma enfraquece as entidades em diferentes pontos, como a questão financeira e o fim das homologações nos sindicatos. ”
Quantidade de negociações concluídas
Estrutura da negociação | 1º semestre de 2017 | 1º semestre de 2018 | Redução |
Acordos | 11.462 | 7.563 | 34% |
Convenções | 1.680 | 920 | 45,2% |
Total | 13.142 | 8.483 | 39,6% |
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