Candidato ao senado, Marcos Pontes deixa legado de desmonte e obscurantismo no MCTI
Pontes foi ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação entre 2019 e o primeiro semestre de 2022
Com passagens pelo DEM, PSB, e PSL Marcos Pontes é candidato ao senado por SP, desta vez, pelo PL. O ex-ministro bolsonarista é engenheiro com formação militar e, em 2006, foi o primeiro astronauta sul-americano a ir ao espaço, levado por uma aeronave russa. Na política, foi eleito segundo suplente ao Senado na chapa de Major Olímpio em 2018. Em 2019, se tornou ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações do presidente Jair Bolsonaro. O SINTPq acompanhou de perto o trabalho de Pontes no MCTI e pode dizer tranquilamente que o ex-astronauta não deixará saudades.
A gestão de Marcos Pontes à frente do MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação) foi taxada de autoritária e obscurantista. O então ministro atacou o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) por divulgar dados sobre o aumento do desmatamento na Floresta Amazônica e demitiu o diretor do instituto, Ricardo Galvão, atendendo a pedido do presidente Jair Bolsonaro.
Pontes também foi responsável por cortes de bolsas de pesquisas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e foi criticado por negar a possibilidade de consulta prévia a comunidades quilombolas durante a entrega da Base de Alcântara para os EUA.
Em outubro de 2021, o Projeto de Lei do Congresso Nacional 16/21 autorizou um corte de R$ 600 milhões nos recursos de pesquisa no Brasil. Na época, o então ministro da Ciência e Tecnologia permaneceu inerte e alegou não saber da existência do PLN. “Fui pego de surpresa, falei até com o presidente (Bolsonaro) sobre isso, ele também foi pego de surpresa por isso”. Apesar da fala de Pontes, projeto é de autoria da própria presidência da república.
Já em 2022, o governo gerou revolta em lideranças do setor de Ciência e Tecnologia ao instituir medida provisória que direcionou verbas antes destinadas à ciência para renovar frota de caminhões. A MP tirou da já precarizada categoria recursos que, por lei, vinham das empresas do setor de petróleo e gás. Novamente, Pontes não esboçou qualquer reação.
Obscurantismo
Durante a desastrosa gestão do governo Bolsonaro da pandemia da COVID-19, o então ministro foi omisso em relação às constantes falas anticiência do presidente da república. Em 2020, se posicionando contrário à vacinação, Bolsonaro afirmou que “Se tomar vacina e virar jacaré, não tenho nada a ver com isso”.
Mesmo com trajetória ligada à Ciência e Tecnologia, Pontes sequer colaborou no combate à desinformação gerada pela propaganda de medicamentos que, comprovadamente, não têm eficácia contra a COVID-19. Durante o período mais severo da pandemia, a União ultrapassou os R$ 89 milhões gastos em hidroxicloroquina, Tamiflu, ivermectina, azitromicina, entre outros.
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Cria, revisa e aprova leis e emendas à Constituição; Aprova a nomeação de magistrados do STF, membros do Tribunal de Contas da União e Banco Central; Autoriza operações financeiras externas; Representa o interesse de seu estado, assim como outros 3 representantes de cada Unidade Federativa; Só os senadores podem processar e julgar o presidente da república, seu vice, ministros do STF e outros.
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