Notícias | SINTPq homenageia mulheres trabalhadoras em encontro de luta e reflexão; veja fotos

SINTPq homenageia mulheres trabalhadoras em encontro de luta e reflexão; veja fotos

Advogada Thais Cremasco conduziu conversa sobre direitos das mulheres frente ao machismo institucional

07/03/2024

O SINTPq homenageou as mulheres trabalhadoras da base do sindicato no evento “Mulher: seu significado é luta”, realizado na noite de quinta-feira (7), véspera do Dia Internacional da Mulher (8). Com a presença da advogada Thais Cremasco, as mulheres foram convidadas a um bate-papo sobre os tipos de violência contra gênero sofridos no dia a dia, que vão desde o lar até os ambientes de trabalho.

Thais destacou que mulheres em ambientes de trabalho e que sofrem violência nos seus lares sentem duplamente a dor da violação porque revivem nos seus labores a repetição de uma estrutura que as ameaça e que impacta sua saúde mental.

Essa estrutura, contextualizou a advogada, vem da própria sociedade quando minimiza detalhes que considera pequenos, como uma “piada” machista e sexista. Lidar com o feminicídio, na sua ponta, é lidar com uma história que teve muitas etapas ignoradas.

As participantes do debate interagiram com perguntas e, ao final, se firmaram no conceito de que é preciso, primeiro, que a mulher se considere um ser humano de direito. Pois só assim entenderá a quem recorrer, quando recorrer, como denunciar e o que negar.

Ao final, todas receberam um brinde do SINTPq e participaram de um coquetel com música ao vivo.

Para marcar a data, um projeto de grafite de quatro metros de altura também foi apresentado para ser aplicado na entrada do prédio do SINTPq. A imagem retrata trabalhadoras das diferentes áreas da ciência, pesquisa e tecnologia.

A diretora Priscila Leal citou que há vitórias e avanços para se comemorar, porém estão longe do ideal para um mundo em que haja a equidade de gênero.

“A luta continua, ainda temos um longo caminho pela frente. Quando a gente fala de equidade ou igualdade, a gente precisa entender que falta um longo caminho para equidade nos tratamentos, nas oportunidades, no mercado de trabalho, nos espaços de poder, rendimento salarial, atribuição das tarefas e cuidados”, afirmou, acrescentando que quando este olhar se volta sobre o recorte racial, a situação se torna ainda mais complicada, pois historicamente mulheres negras acabam mais prejudicadas dentro desses espaços de oportunidades.  

A diretora também avaliou a posição da mulher dentro da própria categoria de base do sindicato, onde, apesar das mulheres serem metade das graduandas, ou até mais, elas ainda assim não alcançam espaços de alta administração.  

“O problema não é a competência, mas o recorte de uma sociedade que ainda está com uma cabeça no século XIX”, criticou.

“Dentro das ciências duras, a gente ainda tem um aprofundamento da desigualdade entre homens e mulheres. São desigualdades salariais, assédio, falta de incentivos, dificuldade em ascensão na carreira e dificuldade de obtenção de reconhecimento”.

O encontro com as mulheres também fez menção ao genocídio que ocorre na Palestina onde mulheres e crianças são os principais mortos.

“Para dizimar um povo, basta acabar com o útero. Não podemos nos esquecer da dor da mulher palestina”, frisou Priscila.