SINTPq marca presença na 7ª Marcha das Margaridas em Brasília
A diretora do SINTPq, Filó Santos, esteve presente representando o sindicato e as pautas da categoria
Diretora do SINTPq, Filó Santos (à esquerda), participa da marcha pelas ruas de Brasília no segundo dia de atividades, em 15 de agosto
Na terça-feira (14) e quarta-feira (15), ocorreu em Brasília uma das maiores mobilizações de mulheres do país, a 7ª Marcha das Margaridas. Este evento completa 23 anos desde sua primeira edição, quando tomou as ruas da capital para combater a pobreza e a violência de gênero. A diretora do SINTPq, Filó Santos, esteve presente representando o sindicato e as pautas da categoria.
A origem da marcha se refere à luta de Margarida Maria Alves, uma líder sindical nordestina e trabalhadora rural, que desafiando normas de gênero tradicionais, ocupou por 12 anos a presidência do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, na Paraíba, e foi assassinada na porta de casa, em 1983.
Realizada a cada quatro anos, a 7ª Marcha das Margaridas traz para a capital federal as demandas políticas das mulheres que representam os setores do campo, floresta, águas e cidades. A edição anterior ocorreu em 2019, e desta vez, o lema orientador é "Pela Reconstrução do Brasil e pelo Bem Viver".
A diretora do SINTPq acompanhou os dois dias de atividades e destacou a sinergia entre as participantes e o aprendizado adquirido com a experiência. "Senti a presença de cada pedaço de chão nas Margaridas marchando, trazendo suas histórias, vivências, culturas e lutas por direitos ao bem viver, por dignidade, por educação, por saúde, por inclusão digital, pela não violência, por melhores condições de trabalho no campo, na floresta, nas águas e nas cidades. Foi um momento de aprendizado e humanização", relata Filó Santos.
"Desejo que as reivindicações das trabalhadoras sejam atendidas em sua integralidade e que o Brasil reconstruído se torne um lugar mais justo, igualitário e inclusivo", complementa a dirigente sindical deixando seus votos de sucesso para a marcha.
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Reivindicações atendidas
Durante o evento, a deputada Maria do Rosário (PT) anunciou que uma comissão da Câmara irá apoiar as demandas das trabalhadoras rurais, incluindo a simplificação da aposentadoria com documentos regularizados. A ministra Cida Gonçalves (Ministério da Mulher) e o ministro Paulo Teixeira (Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar) revelaram novos planos, como o relançamento do Fórum Nacional para Mulheres Agricultoras e a alocação de unidades móveis para serviços de saúde e segurança. O ministro Teixeira também destacou o investimento de R$ 25 milhões em práticas agroecológicas, com metade desse montante voltado para mulheres, além da criação da Comissão Nacional de Enfrentamento à Violência no Campo.
No encerramento, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva marcou presença. Lula anunciou uma série de medidas direcionadas às trabalhadoras rurais, dentre as ações destacadas estavam a introdução de um Plano Emergencial para a reforma agrária, com atenção a famílias chefiadas por mulheres; e o lançamento do Pacto Nacional de Prevenção ao Feminicídio. Além disso, mais seis decretos presidenciais foram assinados em resposta às demandas apresentadas pelo movimento, demonstrando compromisso com as reivindicações. São eles:
- Instituído o Programa Quintais Produtivos para promover a segurança alimentar das mulheres rurais;
- Instituída uma Comissão de Enfrentamento à Violência no Campo;
- Criação de Grupo de Trabalho Interministerial para construir o Plano Nacional de Juventude e Sucessão Rural — que oferecerá serviços públicos para a população jovem da agricultura familiar e ampliação das oportunidades de trabalho e renda para esse público;
- Programa Nacional de Cidadania e Bem Viver para as Mulheres Rurais com a retomada do Programa Nacional de Documentação da Trabalhadora Rural;
- Retomada da Política Nacional para os Trabalhadores Empregados, para fortalecer os direitos sociais desses operários;
- Retomada programa Bolsa Verde, que permite pagamento a famílias de baixa renda inseridas em áreas protegidas ambientalmente.
A Marcha das Margaridas não apenas honra a memória e o legado de Margarida Maria Alves, mas também age como um motor para mudanças reais. Através de compromissos e ações concretas, a marcha tem o potencial de efetuar transformações positivas na vida das mulheres que desempenham papéis essenciais nos setores rurais do Brasil.
por Suelen Biason
Comunicação SINTPq
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