Após congelar salários, IPT afirma que "lamenta" ausência de acordo
Recordando o histórico recente, fica claro que o IPT não apenas negou reajustes e não se prestou a defender a valorização dos seus profissionais junto ao governo estadual
Na manhã desta quarta-feira, dia 28, o SINTPq recebeu com surpresa o posicionamento manifestado pelo instituto em seu boletim "IPT em 5 Minutos". Culpando a pandemia pela ausência de reajuste, o instituto afirma que lamenta a ausência de acordo na negociação coletiva. A direção do IPT parece se esquecer que em 2019, antes da crise da Covid 19, a remuneração dos ipteanos só não permaneceu congelada porque houve instauração de dissídio coletivo de greve. Dissídio esse que o jurídico do IPT tentou extinguir afirmando que não ocorreu, de fato, um movimento paredista.
Recordando o histórico recente, fica claro que o IPT não apenas negou reajustes e não se prestou a defender a valorização dos seus profissionais junto ao governo estadual. O instituto também combateu de todas as formas possíveis as alternativas buscadas pelos trabalhadores na justiça. Dessa forma, é impossível não se revoltar com o "lamento" manifestado hoje.
Quem realmente está em posição de lamentar são os profissionais do instituto, que vêem seus salários congelados perante uma inflação galopante. Quem lamenta neste momento são as famílias desses trabalhadores e trabalhadoras, que assistem a queda do seu poder de compra. Quem lamenta é a direção do SINTPq, que não encontra mais soluções pela via negocial, necessitando seguir a lógica do embate judicial para garantir condições básicas aos seus representados.
Não menos lamentável é a postura do governo de SP e de João Dória, que vive enaltecendo na mídia a ciência e a pesquisa, mas na prática desrespeita e desconsidera os trabalhadores e trabalhadoras que dedicam suas vidas para salvar vidas por meio do trabalho científico.
Precisar cruzar os braços na portaria e iniciar disputas judiciais não é o cenário desejado por sindicato e trabalhadores. Ninguém gosta de fazer greve e, principalmente, ninguém gosta de depender disso para garantir seus direitos. Portanto, mais do que dizer que lamenta, a direção do IPT deveria se colocar no lugar de seus profissionais e rever sua postura. Somente dessa forma teremos campanhas salariais em que ninguém mais precisará lamentar.
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