SindCast | SindCast #57 - O PAPEL DA CULTURA NA CONSTRUÇÃO DA CONSCIÊNCIA NEGRA | Com Ciro Hip Hop

SindCast #57 - O PAPEL DA CULTURA NA CONSTRUÇÃO DA CONSCIÊNCIA NEGRA | Com Ciro Hip Hop

A resistência negra é um processo histórico contínuo

25/11/2025

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No mês da Consciência Negra, o Sindicast do SINTPq colocou no centro do debate a relação entre cultura, identidade negra e transformação social. O episódio contou com a participação de Daniel Luiz Alves, o Ciro Hip Hop, referência no ativismo racial e cultural de Campinas, com mais de 20 anos de atuação no movimento hip-hop, e mediação de Alex, diretor sindical do SINTPq.

Ao longo do episódio, a conversa evidenciou como a cultura, em especial o hip-hop, se consolidou como uma poderosa ferramenta de resistência, formação política e organização coletiva do povo preto. Para Ciro, a resistência negra é um processo histórico contínuo. “O povo preto resiste desde o primeiro minuto, desde quando foi arrancado do seu território e jogado nos porões dos navios”, afirmou.

O debate também destacou o reconhecimento institucional de artistas negros como um marco simbólico importante. A conversa citou o caso dos Racionais MCs e de Emicida, hoje reconhecidos por universidades, como exemplo da legitimação da arte preta. “Eles são mestres e doutores das periferias. Esse reconhecimento é reconhecer toda uma trajetória de luta e produção de conhecimento”, disse Ciro.

Nesse contexto, o hip-hop foi apresentado como uma verdadeira escola política e cultural para a juventude preta. “O hip-hop ensina identidade, ensina direitos e mostra caminhos para ocupar espaços de decisão”, afirmou Ciro, ao destacar a importância de iniciativas como a Casa de Cultura Hip Hop e a criação do Conselho Municipal de Hip-Hop de Campinas, o primeiro do país.

A articulação entre sindicatos e movimentos culturais também foi apontada como estratégica. Para Ciro, o fortalecimento dessas alianças é fundamental para garantir que pautas negras estejam presentes nas políticas públicas.  Alex reforçou essa visão ao destacar que a cultura periférica vai além do entretenimento. “A arte da periferia é denúncia, reflexão e empoderamento. Ela dialoga diretamente com o mundo do trabalho e com as desigualdades sociais”, pontuou.

Ao final do programa, o SINTPq reafirmou o compromisso com a ampliação da representatividade em seus espaços de comunicação e debate.

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