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Brasileira cria projeto para aproximar jovens carentes da ciência

10/02/2014

orta do laboratório se abre e um grupo de crianças corre para ocupar o lugar. Logo começam as observações no microscópio, a captura de fotos e a anotação dos resultados no computador. Depois de ver a estrutura de vários corpos – de sementes de maçã a gosma de lesma -, os pequenos discutem os achados entre si e com a professora.

A cena ocorreu na semana passada na periferia de Campinas (SP). Mas a pesquisadora, Ana Carolina Zeri, 42, responsável pelo laboratório, esforça-se para que seja mais comum em todo o país.
Coordenadora do programa de ensino e difusão do Laboratório Nacional de Biociências (LNBio), importante polo de produção científica, em Campinas, Ana foi parar na ciência por acaso. Estudou em escola pública e escolheu física no vestibular porque acreditava que seria mais fácil ser aprovada no curso em uma universidade pública.

Acabou se apaixonando pela área  e ganhou bolsas para estudar no exterior.

Para dar a mesma oportunidade a outros jovens e crianças, criou um projeto para ensinar biologia, química, física e outras disciplinas de um jeito mais atraente. O objetivo é despertar a criatividade dos jovens de áreas carentes para a ciência.

Ana mantém o projeto paralelamente a seu trabalho de pesquisa em ressonância magnética. “Tiro algumas horas por semana com prazer. É muito gratificante quando vejo o progresso que essas crianças já fizeram”, diz.

Graças a doações, a pesquisadora conseguiu montar um laboratório com câmeras, computadores e outros materiais na ONG Associação Anhumas Quero-Quero.

Devido ao espaço pequeno, os jovens fazem um rodízio de atividades no laboratório. Enquanto um grupo “caça” potenciais amostras para serem observadas, outros operam o microscópio e há ainda alguns que ficam com a missão de escrever e relatar as descobertas.

A estudante Thaís Miguel, 14, participa das atividades desde o início do projeto na ONG e diz que isso a ajudou na escola. “Acho que agora está mais fácil entender as aulas “normais”,” diz.

Fonte: Folha de S.Paulo

Fotografia: Davi Ribeiro/Folhapress