Em reunião com Amazul, empresa reconhece defasagem de 24% no salário dos trabalhadores
SINTPq convoca reunião com trabalhadores no dia 20 para apresentar demandas
O SINTPq se reuniu na manhã desta quarta-feira (13) com a empresa Amazul para apresentar as propostas da campanha salarial 2024/2025 dos trabalhadores e trabalhadoras. No encontro, realizado de forma virtual, a empresa reconheceu que desde a sua criação há uma defasagem salarial de 24% e que a curva de evasão de trabalhadores é uma preocupação constante.
Segundo dados apresentados pela própria empresa, só no ano de 2023 houve mais de 160 desligamentos. Junto ao SINTPq, a empresa busca soluções para frear a desmotivação dos trabalhadores e garantir a permanência, buscando um acordo que satisfaça ambas as partes e mude os rumos que a empresa tem tomado.
Algumas das sugestões apresentadas pela empresa na reunião foram a criação de um Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) que valha por dois anos e que concorda com um piso salarial no valor de R$ 3,5 mil.
Também afirmou considerar justo em pagar um valor adicional aos turnistas e se comprometeu em avaliar a situação.
Apesar do tom da reunião ter iniciado de forma positiva, a Amazul trouxe mais um elemento para dificultar com que as negociações sigam de forma célere. O que ela informou é que a SEST quer que a proposta seja endossada pelo CONSAD antes de ser submetida a SEST.
Mas a reunião do CONSAD só está prevista para abril, além de que o órgão servirá apenas para homologação da proposta.
Essa dinâmica, se adotada, pode arrastar o processo do ACT. No ano passado, por exemplo, a data base era 1º de janeiro e o acordo só foi aprovado na assembleia em agosto.
O SINTPq demonstrou preocupação em relação a esse ponto e ainda apresentou todos os itens definidos em comum acordo com os trabalhadores e trabalhadoras na última reunião de formação de pauta de reivindicação.
Foram reforçados itens como a criação de uma comissão que avalie o plano de carreira, uma comissão para análise e aplicação de um plano de saúde satisfatório, melhoria no banco de horas e teletrabalho.
Sobre este último ponto, a Amazul respondeu que já possui regras para essa modalidade de trabalho e que os funcionários que se enquadrarem na modalidade poderão solicitá-la e se adequar o modelo.
O SINTPq também foi incisivo em relação a forma como funciona o modelo de rancho, que não tem agradado aos trabalhadores e trabalhadoras e cobrou melhorias no vale refeição a fim de que fosse implementado a todos.
A empresa mais uma vez não considera a causa principal do problema e disse que fará uma comissão com o sindicato para “encontrar uma saída” porque acredita, segundo o que ela mesma apresentou, que mudança pode não ser benéfica aos trabalhadores – ainda que tenha sido uma reivindicação da própria categoria.
Diante das posições apresentadas pela empresa e o próprio reconhecimento da defasagem salarial, o sindicato espera que a empresa reaja em prol da categoria garantindo dignidade no serviço e atendendo as propostas elencadas pelos trabalhadores em sua pauta de reivindicação. O sindicato também insistiu para que uma nova reunião seja realizada com a empresa nos próximos dias.
Toda a reunião foi gravada e a empresa se comprometeu em disponibilizar as imagens para o sindicato, bem como enviar uma ata.
Assim que o sindicato estiver sob posse desses dados, ele será divulgado à categoria.
A fim de dar mais transparência a esse processo é que o sindicato convoca uma reunião com os trabalhadores e trabalhadores da Amazul para a quarta-feira, dia 20 de março, às 19h. O encontro será virtual por meio do link: https://bit.ly/ReunAmazul200324
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