Em um anúncio melancólico, mas não surpreendente, a direção do IPT afirmou que recorrerá ao TST (Tribunal Superior do Trabalho) no Dissídio 2021. Com essa posição, o pagamento do devido reajuste dependerá de nova vitória em um julgamento sem prazo para ocorrer. Ao mesmo tempo, o Governo do Estado de SP (GESP) demonstra ter recursos disponíveis enviando à Assembleia Legislativa (Alesp) um projeto que prevê reajuste de 20% aos servidores.

Há alguns anos, as campanhas salariais do IPT seguem essa lógica. O GESP insiste no reajuste de 0% e recorre judicialmente até as últimas instâncias possíveis. A direção do Instituto, por sua vez, apenas diz “sim” aos desmandos do governo. Fica a impressão de que os ofícios enviados ao sindicato durante as campanhas salariais são os mesmos há anos, apenas com as datas trocadas.

Diante do histórico recente, surge a pergunta: como estaria a remuneração dos ipteanos e ipteanas se os mesmos aceitassem passivamente as contrapropostas do GESP, sem realizar greves e ingressar com dissídios? Mais do que isso, qual seria o cenário do IPT sem a existência de um sindicato com representatividade e estrutura jurídica para realizar mobilizações e travar batalhas nos tribunais? Muito provavelmente, a defasagem dos salários e o número de profissionais desistindo do Instituto seriam ainda maiores.

Considerando esses fatores e a ausência de concursos, pode-se concluir que os ipteanos e ipteanas estão mantendo a instituição viva não apenas com seu trabalho, mas também com sua luta pela garantia mínima do poder de compra e dos direitos existentes. Até quando essa responsabilidade seguirá recaindo sobre as costas dos trabalhadores e trabalhadoras?

Na próxima quarta-feira (16), às 19h15, o SINTPq realiza assembleia para tratar sobre o recurso ao TST anunciado pelo IPT. Após esse tópico, serão debatidos e definidos os itens que comporão a pauta reivindicatória da campanha salarial 2022/23. Iniciar uma negociação coletiva com a anterior sem solução está longe do ideal, mas não restam alternativas diante das posturas do GESP e do Instituto.

O link para a assembleia já está disponível: https://bit.ly/AssembIPT16l03l22

Participe e traga suas contribuições para esse importante debate. É justamente o engajamento de todos e todas que segue evitando um cenário muito pior no IPT. Apesar do desânimo causado pela triste live realizada hoje, em pleno Dia Internacional da Mulher, desistir não é uma opção. Se o GESP e seus subordinados são persistentes em suas posições questionáveis, os trabalhadores e o SINTPq são muito mais em sua luta.

Pelo presente edital, o SINTPq – Sindicato dos Trabalhadores em Atividades (Diretas e Indiretas) de Pesquisa e Desenvolvimento em Ciência e Tecnologia de Campinas e Região, convoca todos os trabalhadores das empresas abaixo relacionadas, com data-base em 01° de Maio e 01° de Junho, conforme data, horário e local definido para cada empresa, a participarem da Assembleia Setorial VIRTUAL, para deliberar a seguinte ordem do dia: 1) Discussão, deliberação e aprovação da Pauta de Reivindicação referente à Campanha Salarial 2022/2023; 2) Discussão, deliberação de Assembleia Permanente; 3) Discussão, deliberação da Cota de Participação Negocial, 4) Campanha de Sindicalização e 5) Outros assuntos. Face à Pandemia do Covid-19 as assembleias serão virtuais, através de plataformas apropriadas. – Fundação de Apoio a Universidade de São Paulo (FUSP): Dia 10 de março de 2022 às 10h00, pelo link: meet.google.com/htf-gznc-gvg; – Fundação de Apoio ao Instituto de Pesquisas Tecnológicas (FIPT): Dia 14 de março de 2022 às 19h15, pelo link: meet.google.com/zdm-ohrb-wvg; – Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT): Dia 16 de março de 2022 às 19h15, pelo link: https://bit.ly/AssembIPT16l03l22

Fica estabelecido que não havendo quórum, as Assembleias serão realizadas, em segunda convocação 15 minutos após, com qualquer número de presentes. Campinas, 04 de março de 2022.