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IPT propõe reajuste de 1%, o menor dos últimos 10 anos

Assembleia avalia contraproposta nesta quinta-feira (16)

15/05/2024

Na última quinta-feira (9), o IPT promoveu uma reunião com os trabalhadores e trabalhadoras para apresentar sua contraproposta para a campanha salarial deste ano. Com malabarismos sobre os direitos e usando uma lógica de ‘matemágica’, o instituto tentou persuadir a categoria para que aceite a recomposição em forma de benefício, ao invés de salário, algo que pode ser modificado em futuras negociações.

Ponto a ponto de cada contrapartida apresentada pelo Instituto será debatido na assembleia desta quinta-feira, dia 16 de maio, às 9h. Ela será híbrida, com o encontro presencial no auditório do prédio 39 e o online pelo link: https://bit.ly/AssembIPT16052024.

De acordo com o Instituto, o reajuste está limitado às determinações da CPS. Esta, indica que o percentual deve seguir o índice IPC-FIPE. A projeção para data base junho é que esse percentual não alcance nem 3%.

As opções dadas aos trabalhadores foram:

1) Recomposição IPC-FIPE sobre salário, auxílio creche e Vale Alimentação (VA);

2)
a)Recomposição de 1% sobre salário, auxílio creche e VA e;
b) Adição de um valor ao VA, resultante da diferença entre o IPC-FIPE menos o 1% da recomposição de salário e benefícios. Este valor será dividido igualmente a todos os 581 funcionários e funcionárias.

Durante a apresentação, o IPT demonstrou em uma tabela no Excel que a segunda opção seria mais "vantajosa" para a maioria dos funcionários/funcionárias, com aumentos de aproximadamente 300 reais nos VA.

Nos cálculos, para salários na casa dos R$ 10 mil, a medida praticamente ‘dobraria’ o valor do VA.

Porém, o SINTPq lembra que o benefício de vale alimentação é negociado ano a ano e, não há garantia legal de que esse aumento seja mantido pelos próximos anos, diferentemente do que acontece com os aumentos salariais. Nada impede que o IPT faça uma contraproposta de redução do Vale Alimentação nos próximos ACTs.

Além disso, aceitar pagamento em benefícios abre precedente para que, nas próximas negociações, os reajustes sejam feitos em cima dos benefícios que não oferecem garantias de direito e que são muito mais frágeis do que a CLT garante (recolher INSS e FGTS, por exemplo)

O SINTPq alerta que, com uma proposta dessas, o IPT terá subsídios para precarizar ainda mais as campanhas dos próximos anos e colocar em xeque a qualidade não só dos espaços laborais, mas da saúde mental dos próprios trabalhadores, que se verão mais cansados, sobrecarregados e sem reconhecimento digno para cumprirem com suas funções.

Diante disso, a possibilidade de greve dos trabalhadores e trabalhadoras deve ser olhada como uma alternativa frente a esse abuso para que migalhas não sejam aceitas e que a classe trabalhadora tenha o reconhecimento da sua função de forma ampla.