Para celebrar o 8 de Março e o Mês da Mulher, o SINTPq realizou uma série de publicações em suas redes sociais apresentando suas diretoras. São mulheres que constroem o sindicato a cada dia, dedicando parte considerável do seu tempo para a defesa da categoria. A seguir, você conhecerá um pouco da vida, do trabalho e da luta das dirigentes que compõem a diretoria do sindicato. Confira ;)

Sobre ser mulher? Essa é uma pergunta que apenas os homens nos fazem. Ser mulher na pesquisa é como ser mulher em qualquer outro lugar. É sermos (re)traumatizadas toda vez que ouvimos:

'Elas são fáceis pois são pobres'
'Mas com essa roupa, tava pedindo'
'Você é louca'
'Nossa, mas sua/seu filha/o fica doente toda hora hein'
'Vai sair para amamentar OUTRA VEZ?' 
'Com quem você saiu pra conseguir esse emprego?'
'Nossa, mas VOCÊ trabalha AQUI?' 
'Precisa de força para essa tarefa' 

Mas como sempre, são apenas brincadeiras. Para as mulheres da nossa categoria, digo o seguinte: Somos poucas, mas somos as melhores no que fazemos! Vamos à luta! Agradecendo os caminhos abertos por aquelas que vieram antes de nós e abrindo caminhos para as que virão depois.

LIDIANA MORAES

Sabemos que para derrubar as estruturas estatais, morais e sociais que mantém o patriarcado é necessário que ocupemos cada vez mais os espaços da esfera de poder. É com muita luta que estamos ampliando nossa participação nesse campo, como na política e no sindicato, mas ainda estamos aquém da necessária e desejada equidade de direitos e liberdade.

FILÓ SANTOS

É diariamente e em todos os espaços que a mulher precisa falar sobre seus direitos, seu potencial, sua força. Estamos muito longe de uma igualmente de gêneros. A cobrança parte do seu lado, de pessoas próximas, no trabalho e sobre suas escolhas na carreira, como mãe, esposa. Parece que sempre estamos falhando em algo, mas a verdade é que sempre estamos tentando mostrar do que somos capazes, mas tudo tem seu preço. Os sonhos mudam, as prioridades mudam e isso é uma característica da mulher, se moldar para atender um bem maior. Por isso acredito que quanto mais tivermos líderes mulheres, mais o mundo se tornará melhor. Somos guiadas pelo bem comum, pelo amor incondicional e isso somado a inteligência e capacidade de liderança, pode dar novos rumos às sociedades até hoje formadas a partir da competitividade e da opressão. Acredito muito nisso!

FABIANA RAMOS

O 8 de Março e o mês da mulher como um todo não podem ser vistos como um mero momento de entrega de rosas e bombons. Essa data simboliza nossa luta por contra a violência e as desigualdades que ainda nos prejudicam no mundo do trabalho e na sociedade em geral. Infelizmente, ainda falta muito para alcançarmos a tão sonhada equidade de gênero. Mesmo assim, não vamos desanimar nunca. Seguiremos firmes e fortes superando todas as barreiras.

KATIUCIA ZANELA

Ser mulher na área de desenvolvimento geralmente é estar imersa em um universo masculino, e muitas vezes é preciso ser ser aprovada em coisas que nenhum homem precisa. É para evitar isso que precisamos cada vez mais de mais diversidade nesses espaços!

LISSA PESCI

O mercado de trabalho é um desafio para a mulher de uma forma geral. O desafio se torna maior ainda quando a mulher, é preta, vinda de origem pobre,  não atende ao chamado "padrão de beleza" estabelecido e ainda ousa atuar, em uma área historicamente masculina, como é o caso da minha área, a soldagem, e também de várias outras, como a mecânica, metalurgia, construção civil, etc. Piora muito, se ainda por cima for em cargo de chefia. Estar nessa posição, é muitas vezes se perceber invisível, ter suas determinações ignoradas. Onde qualquer um falha, se a mulher falha, é por ser mulher. Onde qualquer um se estressa,  a mulher se estressa porque é mulher. Ser mulher na indústria não é matar um leão por dia. É ter de caçar o leão, prender, domesticar e ensinar a fazer malabarismo. Sem reclamação, sem estresse, sem falhas, de preferência de salto alto, e com um sorriso no rosto! Lutar por igualdade de direitos e oportunidades, é uma tarefa diária, e infelizmente infrutífera na maioria das vezes.

SILENE CUNHA

Ser mulher em uma sociedade dominada pela lógica produtivista e que ainda não desapegou dos costumes do século 19 reserva diversos dissabores. Porém, é na esteira dos desassossegos que as mulheres vêm abrindo caminho e conquistando direitos. Meu desejo é continuar pavimentando o caminho para mais conquistas por meio do sindicato, incentivando ainda mais mulheres a ocuparem os espaços que nos são negados, sobrepondo o dogmatismo conservador em que nos encontramos.

PRISCILA LEAL