O povo é quem decide
No dia 13 de novembro de 1990, o Sindicato dos Trabalhadores em Pesquisa, Ciência e Tecnologia - SINTPq foi fundado em assembleia com 80 trabalhadores que manifestaram democraticamente o desejo de serem representados pelo sindicato que ali nascia. Os anos se passaram e o voto continuou sendo a base das decisões do SINTPq. As diretorias são eleitas pelos associados e as reivindicações das campanhas salariais são pautadas pelos trabalhadores. Além disso, a aprovação ou recusa de Acordos Coletivos também é deliberada pela maioria em assembleia. Passados 26 anos de prática democrática, hoje, o SINTPq não poderia ver solução diferente do voto direto para a crise política e institucional vivida pelo país.
O atual desmantelamento do Estado brasileiro é viabilizado pela falta de representatividade dos governantes, que ocuparam o poder sem voto e, por isso, fazem o que bem entendem sem prestar contas à população. O sentimento de ausência de legitimidade toma conta da nação e faz as instituições agonizarem a cada dia. A chegada dos atuais políticos e partidos ao governo, em agosto do ano passado, colapsou as frágeis estruturas democráticas do Brasil, que vinham sido erguidas com muita luta desde a década de 1980. O resultado é evidente: o país caminha para o abismo.
Membros do legislativo e judiciário e até o próprio presidente da república estão submersos no mar da corrupção e imoralidade. Michel Temer recebe um empresário alvo de cinco operações da Polícia Federal às escondidas, na calada da noite em sua residência, enquanto que senadores, deputados e empresários são flagrados em conversas criminosas. Em meio a essa turbulência, torna-se evidente que não há mais sustentação para a verdadeira quadrilha que hoje ocupa o poder.
Em paralelo a todos esses desastres, a economia definha e o setor de ciência e inovação nacional agoniza com o corte de 44% no MCTIC e com o congelamento nos investimentos públicos por 20 anos. Instituições governamentais de pesquisa estão sucateadas e com sua sobrevivência em risco. Além disso, 14 milhões de desempregados tomam as ruas e os que continuam ocupados perdem direitos a cada dia nas mãos de um presidente que pratica um plano de governo totalmente contrário ao da chapa que o elegeu.
Neste momento não existe alternativa senão permitir que o povo brasileiro decida os rumos que país deve tomar para superar seu estado de calamidade. Somente eleições diretas para a presidência e legislativo darão a legitimidade necessária aos governantes eleitos.
O SINTPq acredita que é chegada a hora dos brasileiros unirem-se nesta luta, independentemente de suas divergências. Nas eleições, as diferentes formas de pensamento podem debater entre si e com a sociedade. A via eleitoral é a única que garante a estabilidade institucional ao país.
Erros do passado, como o golpe de 1964, deixaram uma importante lição aos brasileiros que deve ser seguida novamente: o futuro do país quem decide é o povo!