Esta semana chega ao fim com uma grande demonstração de força dada pelos trabalhadores e trabalhadoras da Amazul. Por 263 votos a 186, os empregados rejeitaram a contraproposta da empresa e aprovaram a instauração de estado de greve. O resultado é a somatória das assembleias realizadas no CTMSP, na sede da Amazul e no CEA, nos dias 9 e 10 de junho.

Não faltavam motivos para a recusa da contraproposta. Os 7% oferecidos estavam abaixo da inflação do período (10,06%) e seriam retroativos a março, e não janeiro, mês da data-base. Outro fator muito considerado e mencionado pelos funcionários nas assembleias foi a não correção dos benefícios. A cesta alimentação segue com o valor de R$ 407,61 desde janeiro de 2018. Naquele mês, a Cesta Básica DIEESE SP era de R$ 443,81. Em janeiro de 2022, a cesta DIEESE atingiu R$ 713,86, deixando clara a forte defasagem nesse benefício tão importante para os trabalhadores e suas famílias.

Os profissionais da Amazul não podem seguir com esse tratamento desrespeitoso. Por isso, o SINTPq vai à luta desde já. Uma mediação no TRT (Tribunal Regional do Trabalho) está sendo solicitada e o estado de greve neste momento é fundamental. O objetivo do sindicato é avançar na contraproposta pela via negocial. A direção do SINTPq entende que a Amazul tem condições de chegar, no mínimo, até a correção inflacionária completa nos salários e benefícios, com retroatividade a janeiro/22.

Além das vias jurídicas e negociais, o sindicato fortalecerá a mobilização entre os trabalhadores. Para isso, serão providenciados adesivos temáticos da campanha salarial, que serão distribuídos na sede, CTMSP e CEA. Junto a isso, publicações nas redes sociais denunciarão o difícil cenário enfrentado pelos profissionais da Amazul. Essas ações surtiram efeito nas campanhas salariais anteriores e, novamente, serão importantes instrumentos de pressão junto à empresa.

Intensifique esse espírito de luta dialogando com seus colegas e com os diretores do sindicato presentes na Amazul. O SINTPq é um importante agente de mobilização, mas nenhuma ação do sindicato terá o efeito desejado sem o engajamento dos funcionários e funcionárias. A defasagem nos salários e benefícios atinge a todos. Portanto, essa luta é de cada trabalhador e de cada trabalhadora.

Após a mediação no TRT e as novas tratativas com a Amazul, assembleias serão convocadas nas três localidades. Essas assembleias avaliarão uma eventual nova contraproposta da empresa ou deliberarão sobre o início da greve. Está nas mãos da Amazul evitar a paralisação das atividades. Para isso, basta apresentar condições dignas de aceitação e que respeitem o valor imprescindível dos seus profissionais.