Notícias | Sindicalismo no Brasil ainda é engessado por sua criação

Sindicalismo no Brasil ainda é engessado por sua criação

27/04/2012

tinuando a série especial sobre movimento operário em comemoração ao 1º de Maio, após contextualizado seu surgimento no último boletim, vamos entrar agora em particularidades do sindicalismo no Brasil.

O que conhecemos como sindicatos hoje é a evolução do movimento operário do meio do século XIX. Toda a base jurídica de funcionamento é dessa época. É certo que Getúlio Vargas instituiu a maioria dos direitos trabalhistas, além do Ministério do Trabalho e da Justiça do Trabalho, mas é certo também que ele engessou o movimento e com isso limitou a luta, sem que as bandeiras de igualdade e socialização dos meios de produção fossem levadas a frente.

O movimento começou com os imigrantes italianos, que chegaram para trabalhar nas fabricas e encontraram um cenário atrasado em relação aos direitos, bem diferentes do que existia na Europa, inclusive com práticas escravocratas de punições físicas.

Rapidamente esses homens começaram a se organizar, formando o que viria a ser os sindicatos. O movimento sindical efetivou-se basicamente no século XX, em decorrência da industrialização e esteve ligado a correntes ideológicas como o positivismo, o marxismo, o socialismo, o anarquismo, o anarcossindicalismo, o trabalhismo vanguardista e o populismo.

A movimentação mais forte no Brasil ocorreu em São Paulo, onde os imigrantes integravam a massa de trabalhadores das fábricas e indústrias. Os sindicalistas ativos eram os anarquistas italianos que, surpreendendo os governantes, desencadearam uma onda de rebeliões, contida com violenta repressão policial. 

Apesar da grande participação dos trabalhadores, a maioria das lideranças não era de proletariados, era de advogados, engenheiros, jornalistas e intelectuais, mais preocupados com a política do que com a classe trabalhadora.

Hoje o sindicalismo passa por desafios como a economia globalizada, terceirizações fracionamento ao extremo dos processos de produção (de produtos e serviços) e a falta de identidade da classe média assalariada com a causa operária. Esta maioria social contribui com as políticas neoliberais de substituição de direitos em troca de premiações e incentivos individuais e posteriormente é descartada aos cuidados do Estado.

Na próxima semana, o foco das matérias especiais será os direitos trabalhistas no Brasil e, por fim, a História do 1º de Maio.