Os trabalhadores e trabalhadoras da Amazul, estatal brasileira responsável pelo projeto de submarino nuclear, iniciaram uma greve por tempo indeterminado na terça-feira (30). Entre os motivos está a defasagem salarial de 24% e a má gestão, que levou ao pedido de desligamento de 210 funcionários da estatal desde o início do ano passado.
A greve está concentrada em frente à sede da Amazul, na Avenida Corifeu de Azevedo Marques, no Butantã, em São Paulo.
Três ônibus com origem do Centro Industrial Nuclear de Aramar (CINA), de Iperó, no interior do estado, também levaram trabalhadores ao ato, tanto na terça-feira (30) quanto nesta quarta-feira (31).
De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Pesquisa, Ciência e Tecnologia (SINTPq), que representa a categoria, Paulo Porsani, a estatal, embora se orgulhe do projeto de submarino nuclear, tem sido negligente com seus trabalhadores e trabalhadoras, mantendo uma defasagem salarial de 24%, além de não querer dialogar sobre os outros pontos reivindicados pela categoria.
A proposta da empresa se manteve em um reajuste de 3,54%, que fica abaixo da inflação do período. Além disso, vem muito depois da data-base da categoria, que venceu no dia 1º de abril.
A campanha salarial ocorre ainda em paralelo ao recente escândalo em que o dirigente da Amazul está envolvido.
Segundo denúncias veiculadas pela imprensa, o capitão de Mar e Guerra da reserva da Marinha, João Ricardo Reis Lessa, é acusado de chamar de ‘chipanzé’ o cabo Pedro Jorge da Rocha, que é negro, durante um dia de trabalho.
Não só isso, em outubro do ano passado, o Ministério Público Federal (MPF) solicitou, por meio de uma ação civil pública, a suspensão do concurso público da Amazul por suposto descumprimento da Lei de cotas raciais, demonstrando a insensibilidade da estatal ao tema.
O SINTPq acompanha de perto essas situações e se mantém ao lado dos trabalhadores e trabalhadoras para que sejam respeitados em todas as esferas.
Para esta quinta-feira, dia 1º, todos os trabalhadores participarão de assembleias em frente aos seus respectivos locais de trabalho, sendo uma em frente à sede e outras em frente às unidades do CTMSP e do CINA. Ela está prevista para começar às 8h, em primeira chamada, e 8h15, com qualquer quórum.