Aldo defende aliança mais dinâmica entre EUA e Brasil para inovação
O ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo Rebelo, foi o destaque do Innovation Forum (Fórum da Inovação), organizado pelo Conselho de Negócios Brasil - EUA da Câmara de Comércio dos EUA, na última quarta-feira (27), em Washington. O evento focou em discussões sobre os desafios e oportunidades de investimentos em pesquisa e desenvolvimento no Brasil e a parceria entre o País e os EUA a fim de promover inovação no setor de saúde.
Para o ministro, o Brasil e os Estados Unidos têm "uma história em comum. Essa cooperação pode ser relançada com muito mais ousadia, rigor e ambição, nos campos científico, tecnológico, de inovação e na indústria para atender às exigências importantes das nossas sociedades, países e da humanidade", afirmou Rebelo.
John Holdren, assessor de Barack Obama para ciência e tecnologia e diretor da Casa Branca de Política para Ciência e Tecnologia, representou o governo americano, além de Catherine A. Novelli, subsecretária para crescimento econômico, energia e meio ambiente do Departamento de Estado.
Especialistas americanos e brasileiros em desenvolvimento de tecnologia e parcerias nessa área, incluindo Armando Milioni, secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do MCTI, ofereceram ideias sobre como as duas maiores economias das Américas podem solidificar suas cooperação a fim de promover inovação.
O embaixador brasileiro em Washington, Luiz Alberto Figueiredo, falou sobre o alinhamento do Brasil e dos EUA em uma forte cooperação para avanços em ciência e tecnologia e disse estar confiante que Rebelo solidificará ainda mais a parceria entre as duas nações com sua visita à capital americana.
Parceria dinâmica
O ministro lembrou a longa e histórica parceria e amizade entre o Brasil e os EUA e disse que a presidente Dilma Rousseff definiu como prioridade que todos os representantes de seu governo se empenhem em eliminar obstáculos a fim de facilitar uma aliança mais dinâmica entre os dois países.
Rebelo destacou a importância de empresas americanas e brasileiras, além dos governos das duas nações, investirem em pesquisa e inovação para apoiar e estimular iniciativas que visem proteger o meio ambiente. A relevante atuação da Finep/MCTI foi destacada pelo ministro, que disse que empresa pública é uma "referência" para o apoio à ciência, tecnologia e inovação em universidades, empresas e outras instituições públicas e privadas brasileiras.
Desafios
O presidente da Finep, Luis Fernandes, falou sobre as diversas oportunidades de cooperação entre o Brasil e os EUA em pesquisa e desenvolvimento e reafirmou o compromisso da instituição em continuar a apoiar pesquisas que levem a mais avanços científicos e tecnológicos, além de um maior compartilhamento de informações nessas áreas entre os dois países.
"Há um tremendo potencial para os dois países trabalharem juntos em inovação", disse Chad Evans, vice-presidente executivo do Conselho em Competitividade.
Os especialistas também falaram nos desafios de ajustes fiscais, como conseguir mais investimentos em inovação e usá-los de modo mais eficiente. "Estamos fazendo os ajustes necessários para abrir caminho para o crescimento sustentável mais efetivo no Brasil. A inovação tem um papel específico dentro disso. Acho que temos os instrumentos para cobrir toda a cadeia de geração de conhecimento e toda a cadeia de geração de inovação. Talvez nosso desafio seja equilibrar esses instrumentos e, de uma forma mais focada, apoiar todos os elos da cadeia de inovação", disse Fernandes.
Saúde e tecnologia
O ministro Aldo disse que a parceria entre o Brasil e os EUA também deve continuar avançando no setor farmacêutico e focando na saúde pública, ao combater doenças epidêmicas, como no recente caso do ebola.
O diretor do Instituto Butantan, Jorge Kalil, abordou a parceira de sua organização com o órgão do departamento de saúde e serviços humanos americano, Institutos Nacionais de Saúde (NIH, sigla em inglês), assim como com a empresa farmacêutica Merck para desenvolver uma vacina contra dengue.
Roslyn Doktor, diretora de relações governamentais e políticas da IBM, salientou a importância de compartilhar com médicos e pesquisadores brasileiros e americanos dados sobre saúde em uma tecnologia de cloud computing, sem comprometer a privacidade de dados pessoais.
Segundo Pat Keran, diretor sênior de inovação, pesquisa e desenvolvimento do United Health Group, a análise de dados oferece uma oportunidade de estudar a prevalência de doenças como diabete e asma em determinadas comunidades, e agir de acordo com essas informações para combater problemas de saúde e educar a população.
Segurança cibernética
O secretário de Política de Informática do MCTI, Virgilio Almeida, disse que é fundamental que haja uma colaboração forte e equilibrada entre o Brasil e os EUA para o avanço da economia digital global. O secretário também destacou a atenção que o Ministério tem dedicado à tecnologia de informação e proteção de dados eletrônicos: "Segurança cibernética é uma prioridade do ministro Aldo", disse.
Integração vantajosa
O secretário Milioni disse que, embora ainda possa melhorar muito, o Brasil dispõe de instrumentos semelhantes àqueles existentes em muitos países onde o processo de inovação já atingiu níveis avançados, indicando um potencial favorável ao País com respeito a tecnologia e inovação.
Para ele, há diferenças culturais entre o Brasil e os EUA que, se absorvidas, podem enriquecer o ambiente de inovação e se tornar uma vantagem para os dois países, criando uma integração "palpável, concreta e objetiva".
Holdren apontou que um dos principais pilares da estratégia de inovação do Governo Obama é desenvolver parcerias com outros países em ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM, sigla em inglês) e fortalecer a educação, desde o ensino primário até o nível de doutorado, nessas áreas.
O ministro disse a Holdren que veio a Washington para antecipar, a pedido da presidenta Dilma, a preparação da visita dela a capital americana programada para junho, e mostrar a alta valorização da agenda de ciência, tecnologia e inovação do governo brasileiro.
O evento teve a participação de cerca de 100 representantes dos setores público e privado de ambas nações.
Fonte: Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação
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