Após pesquisa com mulheres da base, SINTPq discute ações contra discriminação por gênero
Durante o mês de março, o SINTPq realizou uma pesquisa com trabalhadoras da base para ouvir suas opiniões a respeito dos desafios que enfrentam diariamente no ambiente profissional enquanto mulheres. O Sindicato recebeu retornos de funcionárias de 10 empresas diferentes, além de outras participantes que preferiram não revelar onde trabalham. Ao todo, 70% das respostas apresentaram críticas ao tratamento recebido pelos colegas de trabalho e à forma desigual como as empresas promovem e remuneram homens e mulheres.
Entre as diversas reclamações recebidas, algumas questões poderão ser abordadas em pauta de reivindicações durante as campanhas salariais. Outras, entretanto, envolvem mudanças culturais que devem ser resolvidas através do diálogo e conscientização das empresas e colegas de trabalho do sexo masculino, visando atingir um ambiente profissional saudável, justo e igualitário.
A diretora de Políticas Públicas do SINTPq, Filó Santos, avaliou os resultados da pesquisa e redigiu respostas para as principais questões levantadas. O objetivo é dar um feedback às participantes e fortalecer uma relação de confiança entre trabalhadoras e Sindicato.
Desigualdade salarial
Igualdade salarial tem que ser debatida e colocada em pauta. Não há justificativa para que a mulher exercendo a mesma função e atribuição de seu colega homem, receba salário inferior ao dele.
Licença maternidade de 180 dias
Frequentemente colocada em pauta nas campanhas salariais, ainda é um item que precisa avançar em algumas empresas de nossa base. Nem todas aderiram ao Programa Empresa Cidadã. Dar ênfase aos benefícios da licença para a mãe e para a criança e levantar as vantagens da empresa ao aderir ao programa pode fortalecer o debate e a conquista desse direito.
Desigualdade de oportunidades
Incentivo e apoio às mulheres que desejam especializar-se, dispensando especial atenção às mães, é uma mudança cultural e pode ser debatida e colocada em pauta com as empresas durante as campanhas salariais.
Desigualdade na cobrança por resultados
A percepção que se tem é que a mulher tem que produzir o dobro de um colega homem para garantir seu emprego ou ser reconhecida. Dessa forma, a dupla jornada de trabalho torna-se tripla. É preciso discutir mecanismos para mudar essa cultura.
Falta de reconhecimento
Aptidão, habilidade e conhecimento não se mede por gênero. Competência medida por gênero é burrice e quem perde é a empresa. Nessa mudança cultural, a mulher é valorizada e quem saí ganhando é a empresa.
Falta de sensibilidade com as mães
Se incomodar com a ausência de uma mãe para cuidar da saúde de sua filha ou filho, é não ser capaz de perceber que saúde é fundamental. É não ser capaz de perceber que ficar doente não é uma escolha, é um acontecimento que na maioria das vezes, é imprevisível e não acontece só com o vizinho.
Assédio moral
Assédio moral é crime. Não se calar, não se intimidar, não se isolar e denunciar é uma poderosa arma para combatê-lo.
Queremos mudar a cultura das nossas empresas mantendo um canal aberto de diálogo e debate. Manifeste suas opiniões, relatos e reclamações ao Sindicato. Com a chegada das negociações salariais, vamos juntas colocar a igualdade e o respeito às mulheres em pauta.
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