Convênio médico CPqD: problema latente
aumentos no convênio médico dos trabalhadores do CPqD preocupam e se continuar nesse ritmo em breve o benefício consumirá grande parte do salário, causando a redução real do mesmo. É certo que reajustes possam existir, a dúvida é sobre a porcentagem. Os 18% deste ano não encontram sustentação no argumento da sinistralidade e o SINTPq, após refletir sobre o contexto do Centro, pede que as estatísticas de uso sejam divulgadas em nome da nova fase entre Sindicato, CPqD e trabalhadores que busca exclusivamente a melhoria do benefício aos profissionais.
Além das estatísticas, algumas respostas são necessárias para se entender por completo como acontecem os reajustes e qual é a força que o Centro e os trabalhadores têm juntos para barrar abusos. Primeiro, existe um acompanhamento passo a passo por parte do CPqD da sinistralidade? como é possível saber a veracidade dos dados apresentados? Como o CPqD pode cumprir seu papel de negociador e reduzir os custos? São critérios justos? Qual o custo do plano para o Centro?
Os dados de cada paciente de forma individualizada são protegidos pelo código de ética por meio do sigilo médico, mas estatísticas gerais – sem tratar de casos específicos - não, portanto é possível para Unimed divulgar os dados de sinistralidade.
Em fevereiro o reajuste foi de 18%, somando-se com os anos anteriores, desde 2009, o aumento é de 85% Como parâmetro podemos usar o reajuste dos planos individuais e familiares determinado pela ANS (Agência Nacional de Saúde) de no máximo 7,93% para o período entre maio de 2012 e abril de 2013.
Alguns fatores apontam para uma possível redução da sinistralidade, não para seu aumento. Dos aproximadamente 1400 profissionais do Centro, cerca de 800 foram contratados após 2007. A alteração do quadro de funcionários trouxe a redução da faixa etária dos conveniados, uma vez que os novos profissionais são em sua maioria jovens, com isso, a utilização também foi reduzida.
O segundo fator são os dependentes idosos, pais e mães, que eram aproximadamente 200 em 2007 e hoje são cerca 100. Uma redução de 50% na categoria que mais gera atendimentos e na qual não existe a possibilidade de novos egressos.
Mesmo considerando os aposentados e os desligados – estes últimos podem continuar no plano até dois anos após a saída, não haveria grande impacto na sinistralidade, pois estes, elém de pagar integralmente o benefícios, têm uma sinistralidade apenas 15% maior que ao dos beneficiários da ativa, segundo informações do RH.
Em relação aos custos para o Centro, a expectativa é que também tenham caídos. Com o quarto individual com custo próprio para quem ingressa na empresa, desde 2007 o CPqD só teve redução dos membros desse grupo: 800 funcionários são novos e dos 600 antigos, estima-se que 60 se transferiram para modalidade quarto coletivo. Sendo assim, cerca de 540 trabalhadores têm a opção do quarto individual atualmente.
Além desses fatores, a Unimed começou as negociações pedindo 33% de reajuste e aceitou 18%. Ou seja, ou a empresa não tem base real para o índice ou ela arcou com 15% dos custos. Chama a atenção o percentual dos reajuste, os mesmos 18% para três anos seguidos.
Também existe as características do grupo, não há nem um fator na saúde que consiga gerar demandas constantemente crescentes em um grupo biologicamente homogêneo como é do Centro.
É perceptível que os motivos que causariam a redução de custo com a Unimed estão levando ao resultado oposto: o aumento. O meio pelo qual poderemos esclarecer como o valor pago vai contrário a lógica é acessar as estatísticas. A Unimed e o CPqD devem publicar estes índices como demonstração da transparência de empresas idôneas que são e como ferramenta para melhorar o relacionamento empresa x profissional.
Outro fator para se atentar é a piora nas condições para atendimento. Por diversas vezes o SINTPq foi à rua por justiça contra abusos e saiu vitorioso – como em 2007 contra mudanças e em 2010 contra a troca de convênio (veja intertítulo abaixo). Com os reajustes, em breve será inviável se manter no plano e por fim os profissionais pedirão um plano de saúde mais acessível, causando a mudança de convênio conforme proposto em 2010.
Década de 70 | Firma convênio com a Unimed com quarto privativo – pagamento conforme uso |
2004 | O CPqD altera o plano de pós-pago para pré-pago. O motivo segundo o Centro foi a publicação da lei 9.656/98 – artigo 35. |
2007 | Implantação do quarto coletivo como padrão e quem optasse pelo quarto privativo pagaria a diferença. O SINTPq conseguiu manter o Plano anterior para os funcionários da época, ou seja, custo pela TPPM para quem optasse pelo quarto individual. |
Reajuste % | IPCA %* | Preço do convênio para o quarto coletivo em R$ | ||
2009 | 13 | 4,31 | 69,60 | |
2010 | 12 | 5,91 | 78,65 | Tentativa de trocar o convênio de Unimed para Amil, ação em que recuaram após mobilização. |
2011 | 18 | 6,5 | 92,67 | |
2012 | 18 | 4,92 | 109,35 | |
2013 | 18 | 5,84 | 129,03 | |
Acumulado ** | 85 | 30 |
| Os reajustes da Unimed foram mais que o dobro do IPCA no mesmo período. |
*Índices de Preços ao Consumidor Amplo com referência no mês de dezembro do ano anterior.
** total calculando correção sobre correção
2004
O CPqD altera o plano de pós pago para pré-pago sem consultar os trabalhadores. A justificativa foi a lei 9.656/98 – artigo 35, no entanto a mudança não era obrigatória. A norma permitia que plano vigentes no momento de sua publicação continuassem vigentes. Com isso, o custo por usuário no quarto privativo passou de R$ 72 (média no plano pós pago) para R$ 90 (média do plano pré pago, em pouco tempo depois foi para R$ 112. O custo total do plano chegou a cerca de R$ 4,5 milhões. Inclusive, na época foi informado que a Unimed assumiria os riscos de um gasto superior ao previsto devido a modalidade.
2007
O CPqD propôs a substituição do quarto privativo pelo quarto coletivo; limite de consultas – seis ao mês, com pagamento de R$ 22 por consulta extra; custo adicional de R$ 52 a 123 para manter o quarto individual.
Houve uma atuação jurídica e a mobilização dos trabalhadores, chegando a paralisação. A ação jurídica resultou em uma liminar contra as alterações e antes de seu julgamento aconteceu uma paralisação dos trabalhadores que surtiu efeitos: o CPqD se reuniu com o Sindicato e anunciou mudanças nas propostas.
Os funcionários não teriam que recadastrar os agregados
Retiraria o limite de consultas anuais
Manteria o quarto privativo com custo pela TPPM e o quarto coletivo com custo zero
Para os novos funcionários que optassem pelo quarto individual pagariam a diferença entre o coletivo e o privativo.
2010
O CPqD anunciou que o convênio seria alterado de Unimed para Amil. O SINTPq se posicionou contra a mudança. Em dezembro, o CPqD ouviu os trabalhadores e desistiu de mudar o plano. O SINTPq chegou a entrar com ação judicial.
A grande crítica para o troca de operadora é de que a Amil não era uma cooperativa e tinha poucos médicos conveniados, além de não existir nenhum argumento pela alteração, uma vez que o Centro dizia que a ação não era baseada em economia.
A história mostra a importância do SINTPq em defesa dos trabalhadores. Filie-se!
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