Notícias | Empresas colocam trabalhadores em risco na pandemia; confira as orientações do SINTPq

Empresas colocam trabalhadores em risco na pandemia; confira as orientações do SINTPq

O problema começa com a definição sobre as áreas que seguirão em trabalho presencial. O critério adotado para essa definição parece ser apenas a conveniência das chefias.

19/03/2021

Desde o começo da pandemia, muitas empresas da categoria divulgam comunicados internos e publicações em redes sociais com mensagens muito bem trabalhadas, dizendo o quanto se preocupam com a segurança e saúde dos seus "colaboradores". Entretanto, na prática, a atitude tem sido diferente em diversas empresas da base de representação do SINTPq.

O problema começa com a definição sobre as áreas que seguirão em trabalho presencial. O SINTPq reconhece que, na categoria, existem diversos laboratórios e setores que não podem ser paralisados ou conduzidos remotamente. Por outro lado, muitas empresas estão abusando disso, definindo praticamente todos os setores como "essenciais".

O critério adotado para essa definição parece ser a conveniência, pois listas enormes de áreas "essenciais" são divulgadas sem qualquer critério ou com justificativas extremamente pobres e simplórias. Além disso, os funcionários que atuarão presencialmente nessas áreas, muitas vezes, são definidos por gostos pessoais das chefias, desconsiderando os grupos de risco. Todos esses pontos abordados pelo SINTPq são referendados por uma série de denúncias de trabalhadores. 

Diante do pior cenário da pandemia, com quase 3 mil mortes diárias e vacinação a conta-gotas, é inadmissível que os gestores tratem seus funcionários com tamanho descaso, colocando a vida deles e de seus familiares em risco. O reflexo já é notado em empresas da categoria, ligadas ao governo federal e ao governo do Estado, que estão apresentando números crescentes de contágio e de casos que necessitam de internação em UTI. 

Por todos esses fatores, o sindicato levantou algumas exigências e orienta que os trabalhadores tomem ciência e fiscalizem seus locais de trabalho:

Definição séria e responsável das áreas verdadeiramente essenciais: Não há espaço para decisões com base na comodidade das empresas e na preferência de chefias. Os profissionais estão em risco. Cada área que seguir em trabalho presencial deve ter justificativas sérias e protocolos de segurança rígidos.

Identificação de comorbidades entre os empregados: Não adianta as empresas criarem um grupo de risco apenas considerando a idade dos funcionários. Pessoas de meia idade e jovens podem sofrer com fatores agravantes sérios, como diabetes, obesidade e doenças respiratórias. As empresas precisam identificar esses grupos e mantê-los em home office integral, dando o devido suporte.

Garantia de transporte individual: Entre os profissionais que seguem em trabalho presencial, de forma integral ou parcial, as empresas precisam garantir que nenhum deles faça uso do transporte público. No caso dos trabalhadores que possuem carro, seus custos devem ser reembolsados. Para quem não possui veículo próprio, deve ser garantido o transporte individualizado por parte da empresa. Caso isso não seja viável, que esses profissionais permaneçam em home office.

Acompanhamento da saúde dos funcionários: As empresas precisam ter canais onde os empregados possam informar suas condições de saúde. Não se trata apenas de identificar profissionais com sintomas, mas de acompanhar como está sendo sua rotina em relação ao trabalho, qual nível de exposição estão sofrendo, informar os empregados idosos sobre o calendário de vacinação e garantir o maior índice possível de testagem.

Abertura de CAT para os profissionais em trabalho presencial que contraírem Covid 19: Considerando o que prevê o artigo 20 da lei 8.213/91, a doença do trabalho se equipara a acidente do trabalho. Portanto, casos de Covid 19 entre trabalhadores em regime presencial devem resultar em Comunicação de Acidente de Trabalho - CAT, juntamente com todos os procedimentos legais relativos a acidentes de trabalho.

O SINTPq deixa aberto um canal de denúncia para todos os trabalhadores e trabalhadoras da categoria. Quem identificar problemas em sua empresa, pode entrar em contato pelo e-mail [email protected]. Todas as denúncias recebidas serão conferidas pela diretoria do sindicato.

Neste momento de tamanha dificuldade, mantenha contato com seu sindicato e com a CIPA da sua empresa. Somente com o diálogo e atuação conjunta poderemos superar as atuais adversidades.