Mapeamento de aumentos reais ao longo das décadas mostra cenário positivo
O estudo do Dieese (Departamento de Estudos Intersindicais) divulgado na última semana mostrou que 87% dos das Campanhas Salariais em 2011 resultaram em aumento real. Também mostra que a perspectiva para 2012 é positiva, se comparados a influência do aumento do salário mínimo relacionada ao INPC (Índice Nacional de Preço ao Consumidor) e os acordos coletivos na última década.
Uma série histórica de análises avaliou a relação entre reajuste nos acordos coletivos, aumento do salário mínimo e inflação. Os dados demonstraram que quando a inflação é maior os aumentos além dela são menores, já o aumento do salário mínimo eleva os ganhos reais.
Considerando este cenário e o contexto atual – 2011 com queda na inflação e 2012 com reajuste de 14,3% no salário mínimo – a aposta é que as campanhas salariais deste ano sejam positivas e o ganho real seja em média de 3%.
Sobre a desindustrialização, foco do cenário econômico neste primeiro trimestre, a CUT ( Central Única dos Trabalhasdores) avalia: “O papel do governo, e ele já anunciou medidas duras neste sentido, é dar suporte para que a desindustrialização não prejudique as campanhas, pois o aumento real é uma questão de distribuição de renda: primeiro porque eleva as menores rendas com o aumento do salário mínimo e depois porque aumenta a massa salarial”, explica Rogério Giannini, secretário de relações do trabalho da CUT – SP (Central Única dos Trabalhadores).
Categoria de pesquisa, ciência e tecnologia
Para a categoria representada pelo SinTPq –incluída da modalidade serviços – 62,7% dos profissionais tiveram reajustes de 0,01 a 2% acima da inflação em 2011, mesma média das empresas da base. Aumentos acima dessa porcentagem representam 13,5% do setor. Abaixo do INPC, ficaram apenas 23,8% das negociaçõe em Serviços, fato que não ocorreu na base do Sindicato, em que todos os acordos contemplaram ao menos a inflação.
A categoria de pesquisa, ciência e tecnologia ainda tem um componente que eleva os salários de forma individual. Com o mercado em crescimento, a rotatividade da mão de obra por iniciativa dos profissionais é alta e as propostas salariais para que eles mudem de empresas elevam os salários.
De forma geral, o novo perfil da classe média brasileira também deve influenciar de forma positiva as campanhas em 2012. A demanda por bens de consumo faz com que os trabalhadores se tornem mais firmes em relação a sua renda, assim, lutando por maiores aumentos.
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