Mulher em Ciências e Tecnologia
Durante o mês de março, o SINTPq promove um debate sobre o papel e desafios da mulher na ciência e tecnologia, no mercado de trabalho e na sociedade como um todo. Confira abaixo uma reflexão sobre essas questões escrita pela diretora de Políticas Públicas do SINTPq, Filó Santos.
Como mulher, diretora do SINTPq e responsável pela pasta de políticas públicas, senti a necessidade de olhar além do meu posto de trabalho, sobre as condições das mulheres em nossa base. Márcia Tiburi, doutora em filosofia, professora e escritora, classifica nossa cultura como patriarcal, e em pleno século XXI, ela tem razão. A área de ciências e tecnologia ainda apresenta forte presença patriarcal carregada de machismo. Em pouco tempo que a pesquisa “Mulher, o SINTPq quer saber sua opinião” foi divulgada, já foi possível perceber o quanto isso é verdade. Apesar de a Constituição de 1988, artigo 5º, inciso 1, legislar: homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, na prática a realidade é bem diferente. Mudar essa realidade depende de nós mulheres, unidas. Precisamos quebrar nosso silêncio, falar de mulher para mulher, de mulher para homem.
Precisamos desnaturalizar a cultura patriarcal; precisamos combater as desigualdades motivadas por gênero, desigualdades salariais, critérios de reconhecimento e valorização profissional; precisamos combater os preconceitos motivados por gênero, preconceitos quanto ao comportamento, aparência, posição social e maternidade; precisamos combater diferentes formas de assédios motivados por gênero, assédios morais e sexuais; precisamos combater a masculinização de nossa feminilidade, masculinização do agir, gerenciar, coordenar, tratar conflitos; precisamos dividir as obrigações, obrigações domésticas e familiares; precisamos dividir as responsabilidades na educação e saúde da prole; precisamos defender nossos sonhos e vontades, vontade de se especializar, renovar conhecimentos, cursar um mestrado e doutorado; precisamos trazer as reflexões e debates dos movimentos feministas das ruas para dentro de nossas empresas.
Conquistarmos uma mudança cultural que abandone a divisão da humanidade em feminino e masculino, tornando a natureza humana única, poderá contribuir para uma nova evolução da humanidade. Convido a todas e a todos a refletirem sobre isso. Convido a todas as mulheres a pensarem na criação de um espaço para debatermos essas questões e a participarem da pesquisa “Mulher, o SINTPq quer saber sua opinião” que permanecerá em foco até final de março.
Com carinho e afeto,
Maria Felomena Cássia de Jesus dos Santos.
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