Notícias | PCCS do CPqD resguarda a empresa de ter que reconhecer os profissionais

PCCS do CPqD resguarda a empresa de ter que reconhecer os profissionais

09/09/2011

Durante a apresentação no novo Plano de Cargos Carreiras e Salários (PCCS) do CPqD na semana passada os questionamentos foram diversos, desde a legalidade de determinadas ações até a forma como foi construído, com participação restrita de um pequeno grupo de gestores. Um PCCS engessado e que condiciona qualquer ascensão profissional ou financeira aos fatores: avaliação positiva dos superiores, disponibilidade financeira, tempo de trabalho e vaga aberta. O auditório ficou repleto de trabalhadores que tiveram como resposta para a maioria de suas dúvidas o posicionamento de que os funcionários serão ouvidos para adaptações. 

Será necessário preencher os critérios conhecimento técnico, responsabilidade e comportamental para ser reconhecido, mas ter todas estas habilidades não significa ser promovido. O posicionamento da empresa é de buscar a transparência com o argumento de que sabendo das possibilidades o profissional possa planejar sua carreira. Em outras palavras, vão enquadrar todos da forma que melhor lhe convir e quem achar que vale mais do que eles oferecem, que busque outro local para trabalhar. "Aqui é o mundo real!” disse o diretor de RH, opinião contrária a valorização de profissionais que são o maior patrimônio de um centro de pesquisa 

Uma questão levantada foi se um profissional estiver desenvolvendo atividades estipuladas para uma função acima da qual está contratado para fazer, se será promovido. Após uma pausa a resposta dos recursos humanos: não. As promoções só acontecerão se existir a vaga aberta, independente das outras condições.

Várias vezes se repetiu que com o PCCS o funcionário poderá planejar sua carreira e decidir se o CPqD é o melhor local para atender seus objetivos. E para saber informações das possibilidades, será obrigatório o diálogo com superiores sobre os projetos pessoais de carreira.

O aspecto positivo do plano é buscar reduzir ao máximo a subjetividade nas escolhas das promoções e das contratações. Com o plano, os gestores não escolherão mais um determinado profissional e sim o perfil desejado, cabendo ao RH selecionar os candidatos aptos.

Apesar de todas as falas no sentido da transparência, o documento em que consta as faixas salariais não será divulgada para a comunidade do CPqD, apenas gerentes terão acesso a informação. E para qual faixa cada cargo atual será convertido é uma incógnita, entra nas questões não respondidas.

 

Engenheiros

Os que demonstraram mais insatisfação foram os engenheiros, pois deixarão de terem registros com a formação e passarão a constar como pesquisadores ou analista de desenvolvimento tecnológico. Uma defesa feita sobre as nomenclaturas dos cargos é que os headhunters não levam o item em consideração quando vão contratar e sim as atividades realmente desenvolvidas, o que em teoria não causa prejuízos aos profissionais.

Segundo a empresa, não existe no CPqD nenhuma função que seja desenvolvida apenas por engenheiros o que dificultou a classificação. Hoje existem analistas e engenheiros que desenvolvem a mesma função, mas se enquadram em diferentes cargos. Mais grave do que a proposta apresentada é o RH assumir que hoje profissionais com funções iguais são tratados diferentes.

 

Salários

As mudanças nos procedimentos não trazem grandes expectativas em relação aos salários. Segunda a empresa, uma pesquisa realizada aponta para uma pequena diferença entre a remuneração do Centro e de instituições similares, algo entre R$ 200 e R$ 300 em média. Eles afirmam também que os locais pesquisados não pagam os pisos salariais das categorias. 

 

Os 3,5% destinados a promoções

Em relação à pergunta sobre como ficam os 3,5% destinados às promoções que o CPqD se comprometeu a investir pelo Acordo Coletivo de Trabalho de 2010, nenhuma resposta além de uma feição de interrogação e duas mãos em sinal de conformação.

 

Gestores

Uma pergunta que não foi feita e nem citada é quem avaliará os avaliadores? Os gestores terão total autonômia e em nenhum momento os trabalhadores poderão avaliá-los?