SINTPq e ASSIPT realizam palestra com Rita von Hunty
Com mais de 1 milhão de inscritos em seu canal no YouTube, o professor e drag queen Guilherme Terreri aborda temas da política, sociologia, cultura e sociedade
Com o tema "Pautas Identitárias e o Papel da Ciência na Construção de Padrões de 'Normatização'", SINTPq e ASSIPT (Associação dos Trabalhadores do IPT) organizaram uma roda de conversa com o professor Guilherme Terreri Lima Pereira. A atividade aconteceu na tarde de quinta-feira, dia 10, no IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas).
Conhecido artisticamente como Rita von Hunty, Guilherme Terreri é formado em Artes Cênicas pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) e Letras pela Universidade de São Paulo (USP), além de YouTuber, comediante, palestrante e drag queen. Em seu canal Tempero Drag, que conta com mais de 1 milhão de inscritos, Rita aborda temas da política, sociologia, cultura e sociedade, sempre com um perfil didático e inclusivo.
Durante sua fala, Guilherme Terreri destacou como a ciência não está alheia à atual estrutura de poder e interesses políticos que comandam a sociedade. Nesse sentido, o professor entende como fundamental que o pensamento crítico e o conhecimento das ciências humanas caminhem junto ao trabalho dos pesquisadores. “A ciência é um discurso produzido em um tempo. E, por ser um discurso produzido em um tempo, ela está balizada pela disputa social daquele tempo”, afirmou Terreri.
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O professor também chamou a atenção para a defesa do viés público do sistema estatal de ciência e tecnologia, uma bandeira histórica do SINTPq. “O instituto de farmácia da USP, há algumas décadas, tem como principal duto insersor de verbas para pesquisa a indústria de cosméticos. Quais pesquisas estão sendo feitas por esse instituto? As pesquisas que atendem os interesses dessas indústrias”, denuncia Terreri.
“Empresa não faz doação, empresa investe. Quando uma estrutura de pesquisa é aparelhada por uma iniciativa, ele começa a operar conforme seus interesses. Sem luta para manutenção de fundos públicos para a pesquisa, a ciência passa a ser um desdobramento dos interesses do capital”, conclui.
A diretora do SINTPq e pesquisadora do IPT, Priscila Leal, atuou na organização do evento e celebrou o sucesso da atividade: "Essa foi uma palestra forte e intensa. Foi bem ao estilo do sindicato, pois nos fez questionar sobre qual é o nosso papel, enquanto profissionais da ciência e tecnologia, na sociedade e dentro deste modo de produção. E, mais do que isso, nos deu esperança para seguirmos lutando, enquanto classe trabalhadora, pelos nossos direitos e pela nossa dignidade."
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