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Trabalhadores do IPT discutem a crise

17/11/2015

Na tarde de ontem, dia 16, mais de 200 empregados reuniram-se a convite do CRE – Conselho de Representantes dos Empregados para discutir o momento atual por que passa a Instituição.

Diferentes das crises anteriormente vividas pelo IPT, a transparência interna, o clima de diálogo, a maior participação e cobrança interna dos funcionários que praticaram uma mobilização histórica tem colocado a discussão do momento de crise num outro patamar. Assim, cobrando constantemente a alta direção do IPT, esperamos continuar melhorando o ambiente e clima interno na Instituição.

A busca de soluções alternativas imperou e foram elencadas as propostas do CRE:

1. Constituição de “forças-tarefas” emergenciais, em diferentes frentes, montadas com estratégia definida para ações de busca de recursos suplementares de curtíssimo prazo junto a pessoas e entidades influentes nos altos escalões do GESP, Assembleia Legislativa e Prefeitos Municipais, MCTI, FINEP;

2. Realização de contatos da Diretoria com instâncias do GESP, se necessário com o próprio Governador Geraldo Alckmin, para que se possa influenciar nas direções de empresas estatais para que contratem projetos do IPT, especialmente naqueles casos em que as equipes do IPT e empresa(s) já vêm discutindo propostas, porém sem conseguir viabilizar a contratação;

3. Redução das horas destinadas às atividades do planejamento estratégico da Instituição para destiná-las à busca de alternativas e contatos para a superação da crise;

4. Redução de dispêndios em cursos de treinamento e consultorias (salvo casos excepcionais oriundos de áreas técnicas);

5. Suspensão imediata do pagamento de gratificação de função e/ou redução de seu valor;

6. Racionalização da estrutura organizacional, eliminando cargos de chefias intermediárias (com consequente extinção das gratificações de função), permanecendo apenas os imprescindíveis e criando mecanismos alternativos de gerenciamento de laboratórios;

7. Redução de cargos administrativos e de livre provimento e racionalização de serviços da administração central.

8. Avaliação criteriosa da destinação do tempo dos profissionais da área técnica quando exercendo atividades externas ao IPT (aulas, consultorias entre outros).

9. IPT deverá estudar e propor a redução da jornada de trabalho em até 50%, com respectiva redução salarial por tempo determinado visando a transferência da capacitação de profissionais que desejam interromper sua carreira profissional;

10. O IPT deverá demonstrar publicamente o processo da cessão do espaço do Instituto em uso pela USP, comprovando que todos os custos da referida área estão sendo pagos pela Universidade.

11. Revisão sob aspectos técnicos criteriosos do pagamento dos adicionais de periculosidade e insalubridade.

Dos itens acima, os oito primeiros foram apresentados pelo CRE e, durante o debate três proposições foram elencadas.

Na discussão, que durou quase 3 horas, o debate amplo foi comprovado pelas inúmeras intervenções.

Itens discutidos que não foram listados como sugestões como a redução de jornada com a redução salarial estão em tramitação entre a direção do IPT e o Sindicato. As exigências da legislação recente que institui o PPE – Programa de Proteção ao Emprego tem que ser cumprido pela empresa e apresentada ao Sindicato que convocará assembleia de todos os empregados envolvidos para deliberação. No entanto, está claro que o IPT deverá apresentar proposta detalhada listando nominalmente os empregados que terão reduzidos seus salários.

Outros aspectos da proposta da redução da jornada com redução salarial devem ser respondidos pela empresa: Como será o funcionamento das atividades para terceiros? Os serviços de refeição e transporte serão mantidos?.

A posição do SINTPq é que TODOS os salários e encargos devem ser pagos pelo empresa que, se em dificuldade financeira, suas obrigações devem ser assumidas pelo seu acionista que é o Governo do Estado de São Paulo, sem prejuízos aos trabalhadores.

Cinco dias de descanso remunerados serão praticados em janeiro

O IPT decidiu conceder os cinco dias de descanso remunerado a todos os empregados nos dias 04 a 08 de janeiro de 2016. A medida foi justificada como de economia porque assim, todos os contratos do IPT serão renegociados e congelados no mesmo período.

Quando consultado pela diretoria, o SINTPq se posicionou demostrando que no IPT, as férias são consensuadas entre o empregado e empresa (empregado programa e chefe imediato aprova).

No entanto, considerando a necessidade imperiosa de economia financeira, o IPT poderia aplicar seu direito de determinar o período (conforme determina a CLT e citada pelo Desembargador Wilson Fernandez na audiência de conciliação).

Feito isso, o IPT deverá divulgar os resultados financeiros alcançados com tal medida e divulgar as economias financeiras nos contratos do restaurante, ônibus fretado, etc.