Em assembleia com presença e participação histórica, os mais de 300 trabalhadores presentes recusaram a contraproposta da empresa para a campanha salarial 2016/17. A recusa foi deliberada na manhã de terça-feira, dia 11. Através do voto, os profissionais do CNPEM manifestaram todo o seu descontentamento com a postura insensível e inflexível da empresa, sendo registrados 193 votos contrários, 133 favoráveis e seis abstenções.

A proposta previa o reajuste de 7% sobre os salários, retroativos a 1º de agosto deste ano. Para a campanha salarial 2014/2015, a empresa oferecia o pagamento dos 3,33% restantes em janeiro de 2017, sem nenhum tipo de retroatividade, condicionado ainda à retirada do processo de dissídio e sem a inclusão dos profissionais que foram desligados do Centro. Tal proposta, eliminava a possibilidade de ex-funcionários recuperarem parte da inflação perdida entre agosto de 2013 a julho de 2014, algo totalmente injusto e inaceitável para a diretoria do SINTPq.

No decorrer da assembleia, os trabalhadores presentes foram informados do prejuízo que essa proposta representava para os 90 profissionais que deixaram o Centro e que teriam direito a esse reajuste. A direção do SINTPq também deixou claro que, no passado, esses mesmos trabalhadores contribuíram na luta por diversos benefícios existentes hoje no CNPEM e seria inaceitável penalizá-los com a aprovação da proposta.

Os funcionários se mostraram sensíveis aos ex-companheiros de trabalho e participaram ativamente manifestando suas opiniões e insatisfação com o cenário imposto pela direção do Centro. O motivo de tamanha indignação era evidente: além de penalizar ex-funcionários, a proposta do CNPEM não garantia ao menos a recomposição inflacionária nos salários e negava qualquer reajuste nos benefícios.

Após a recusa da proposta, os trabalhadores aprovaram a sugestão de reivindicação feita pelo Sindicato, que exigirá em mesa de negociação o reajuste em 7% com retroatividade a 1º de agosto e 1,74% em janeiro, recompondo a inflação dos salários e benefícios, enquanto que o dissídio da campanha salarial 2014/2015 seguirá na justiça.

Fica claro que os funcionários entendem o cenário de dificuldade econômica e por isso exigem apenas a recomposição inflacionária, o mínimo necessário para garantir a manutenção do poder de compra. Os trabalhadores já acumulam perdas salariais e estão fazendo uma série de sacrifícios, resta agora à direção do Centro compreender esse gesto e também se dispor a buscar uma proposta aceitável.

Desde a campanha salarial de 2014, o CNPEM registrou 90 desligamentos e 150 novas contratações. Em termo aditivo ao contrato de gestão assinado em final de setembro, o Centro receberá o repasse de R$ 250 milhões para continuidade e fomento em suas atividades no exercício de 2016, sendo R$ 61 mi destinados à conta do Programa de Trabalho. Tais informações mostram que ainda há margem para negociação, basta que a direção do CNPEM compreenda também o lado dos funcionários e os desafios que todos temos pela frente.

O SINTPq buscará a partir de agora uma nova rodada de negociações junto à empresa. Após as conversações, uma nova assembleia será convocada com os trabalhadores da empresa.