Em audiência realizada nesta terça-feira (05), no 15º Tribunal Regional do Trabalho, o CNPEM manteve sua postura de redução nos salários dos trabalhadores e não apresentou proposta de conciliação. A empresa alegou ausência de recursos.

Além de não apresentar propostas, a empresa ainda recusou uma proposta da desembargadora que mediava a negociação de manter o valor do vale alimentação e conceder 50% da diferença que faltava para completar a recomposição salarial pela inflação.

Os representantes do CNPEM afirmaram que a empresa está priorizando os empregos e um reajuste agora poderia impactar em demissões. No entanto, admitiu que recebeu mais recursos em 2014 do que em 2013, mas alegou que eram restos a pagar de 2013. Afirmaram ainda que de 2008 a 2012 os trabalhadores tiveram aumentos reais em seus salários.

O SINTPq apresentou na conciliação números do balancete do CNPEM mostrando que a empresa tem recursos para não impor redução salarial aos trabalhadores. Em 2013, 50% dos recursos do contrato de gestão eram para pagamento de salários e, em 2014, esse montante caiu para 36%. Já os recursos arrecadados saíram de R$ 119 milhões em 2013 para R$ 189 milhões em 2014.

Caso a empresa concordasse com a recomposição salarial, o custo (descontando os 3% de reajuste no vale alimentação) representaria um acréscimo de somente R$ 210 mil ao mês em seu orçamento.

O sindicato, mais uma vez, questionou a posição do CNPEM de impor perdas salariais aos seus empregados. A nova direção, por sua vez, perdeu a oportunidade de mostrar sua posição em relação ao papel e importância que os trabalhadores têm e terão no desenvolvimento do Centro.

O SINTPq terá agora dez dias para responder aos argumentos apresentados pela empresa. Após essa etapa a decisão caberá à justiça.