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IPT: Trabalhadores aprovam adesão ao PPE

18/05/2016

Em assembleia marcada por uma presença expressiva e participação intensa dos trabalhadores e trabalhadoras, foi aprovada a adesão do Instituto ao PPE (Programa de Proteção ao Emprego). Apesar de cerca de 700 pessoas participarem da assembleia, apenas os empregados incluídos no programa pela empresa (702) tiveram direito a voto, que foi secreto e colhido em urnas com lista de votantes. Foram apurados 492 votos, sendo 335 favoráveis, 151 contrários, uma abstenção, dois brancos e três nulos. Democraticamente, 70% dos trabalhadores abrangidos pelo PPE manifestaram sua vontade.

Durante a assembleia, os pontos do PPE e os possíveis desdobramentos da adesão ao programa foram debatidos pelos funcionários do IPT, trabalhadores terceirizados, representantes do CRE e diretores do sindicato.

Os profissionais presentes manifestaram suas opiniões a respeito da adesão ou não ao programa e tiveram suas dúvidas esclarecidas pela diretoria do SINTPq. Independentemente dos posicionamentos, todos os sentimentos manifestados foram de indignação com o descaso praticado pelo governo estadual, com a impotência da diretoria do IPT e com o governo Alckmin, que indicou a Direção do Instituto. Quem sofre diretamente com essa situação são os profissionais que trabalham no Instituto (empregados, terceiros, estagiários e bolsistas).

O SINTPq se posicionou favorável ao PPE como garantia do emprego num momento de crise e demissões, mas deixou claro que a adesão ao mesmo não representa uma solução para a falta de ajuda financeira do Governo do Estado ao IPT.

O sindicato entende que enquanto a direção do Instituto não se posicionar perante o Governo do Estado exigindo o devido reconhecimento para esta Instituição centenária - o que, neste momento de dificuldade financeira, representa custear integralmente a Instituição - a situação apenas seguirá cada vez mais insustentável.

O sindicato ressalta ainda que neste momento é fundamental que os trabalhadores se mantenham unidos e mobilizados para pressionar o governo do estado, que há mais de duas décadas precariza a ciência paulista. É preciso seguir o exemplo dos estudantes secundaristas da rede estadual, que por meio de protestos e ocupações deixaram claro que a população não aceitará mais o sucateamento promovido pelas gestões tucanas nas instituições e serviços públicos.

TERCEIROS: A AFLIÇÃO FICOU ESTAMPADA NA ASSEMBLEIA

Várias manifestações na assembleia e fora dela manifestaram as preocupações com o que irá acontecer com os terceiros que integram as equipes do IPT. Esses profissionais podem estar submetidos a situações ilegais e o SINTPq vai, por meio do seu Jurídico, estudar a proposição de combate a terceirização da atividade fim no IPT. Mesmo com o IPT declarando que vai solicitar a equivalente redução (20%) no contrato mantido com a empresa terceira e, consequentemente, estes empregadores poderão promover cortes de pessoal equivalentes a esta cifra, o Sindicato não concorda que demissões de terceiros que trabalham nas atividades fins ocorram no IPT! Assim como, não concorda que estes sejam obrigados a fazer horas extras para suprir a ausência dos empregados do IPT com redução de jornada.

Assim, o diálogo do SINTPq com a diretoria do IPT sobre terceiros está apenas começando e informaremos este andamento. Em princípio concordamos que os contratos com as empresas sofram reduções desde que, estas reduções não recaiam nas costas do trabalhador terceirizado.

Como foi dito na Assembleia, o SINTPq nasceu em 1990, no CPqD, da luta pelo fim da terceirização e pela incorporação da mão de obra dos terceiros! Lembramos que os três últimos concursos só aconteceram devido a uma denúncia do SINTPq sobre a precarização das atividades fins da Instituição!

Estamos assim, revisitando as origens deste Sindicato ao enfrentar os problemas específicos e apoiar a luta dos trabalhadores terceiros do IPT.